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Reacendo o amor — que sempre foi a melhor escolha. O melhor sentimento, apesar de algumas vezes controverso, complexo, bruto, abrupto. O amor nos grifa no tempo, de modo indelével.

“Filha, mas hoje deve estar tudo na internet, me disseram!”. “Não, pai; eu preciso que continue guardando!” | Foto: Alina Souza

Por enquanto, não conseguirei falar de outro tema sem ser meu pai. Nesta semana, ele se foi. Feito um súbito grito em meio ao silêncio insustentável. Reconforto-me nas lembranças maravilhosas que construímos juntos. Reacendo o amor — que sempre foi a melhor escolha. O melhor sentimento, apesar de algumas vezes controverso, complexo, bruto, abrupto. O amor nos grifa no tempo, de modo indelével. O pai guardou as páginas do Correio do Povo nas quais estavam publicadas fotos e textos de minha autoria. Antes de eu entrar na empresa, ele nunca havia atentado para os nomes diagramados junto às margens superiores das imagens. Quando eu ensinei que, deste jeito, poderia encontrar meu crédito, ele passou a fazer o exame diário nos impressos, ainda que a vista já não mais distinguisse bem as letras, ainda que o cognitivo já não compreendesse as manchetes. Incentivei-o a continuar juntando os jornais. “Filha, mas hoje deve estar tudo na internet, me disseram!”. “Não, pai; eu preciso que continue guardando!”. Eu queria que ele sentisse minha presença próxima. Sentisse que, a cada trabalho meu, estava ali o esforço que ele me ensinou a ter para alcançar os objetivos. Por trás do foco, sempre esteve o meu pai. E sempre estará.

Alina Souza