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Verão

Especial

Dia de ficar livre de Trump

Biden assume para alívio do mundo

      Acabou! Donald Trump sai de cena hoje.

Nunca um presidente dos Estados Unidos, desde a invenção da televisão, foi tão ruim. Possivelmente seja o pior da história. Ficam os filhotes de Trump. Morta a serpente restam os seus ovos. Trump encarna o pior da humanidade: ressentimento, racismo, xenofobia, homofobia, plutocracia, falta de escrúpulos, desonestidade intelectual, visão da política como vale-tudo pelo poder, falta de princípios morais universalizáveis. Por que ele conquistou tantos defensores no mundo? Justamente por ser o que é, como um chefe de gangue que atrai membros para a organização pela sua desfaçatez, por seu carisma maligno, por sua ousadia desconcertante, por sua liderança radicalizada golpe após golpe.

      A filosofia do trumpismo tem a simplicidade das piores ideias: ganhar sempre, em todos os campos, de qualquer modo, a qualquer custo. Levar vantagem em tudo por bem ou por mal. O neopopulismo trumpista usou a tecnologia de ponta – as redes sociais – para estabelecer um contato primitivo, sem mediações, com o seu “povo”. Está na raiz do fascismo essa ideia de conexão direta com os “esquecidos” do sistema, ainda que o conector, no caso, seja um bilionário nutrido no sistema e a favor dele. Durante muito tempo, pessoas com as ideias de Trump sentiram vergonha de expô-las ou não encontraram respaldo para disseminá-las. Com Trump no comando da maior potência mundial tudo se tornou permitido. Os ratos tomaram o navio. O ódio virou qualidade.

      Trump pretende voltar. Os Estados Unidos terão quatro anos para restaurar o vigor da democracia e impedir que essa tragédia aconteça. De Joe Biden não se espera qualquer revolução, mas que seja liberal, em economia e política, democrata, no sentido essencial dessa palavra, tolerante e humano. Donald Trump não é humano. Talvez seja pós-humano. O humano tem como principal característica a empatia, algo totalmente estranho à personalidade do homem que hoje deixa o poder pela porta dos fundos. Toda vez que um presidente não repassa por vontade própria o poder ao seu adversário é por ter fracassado sordidamente. A saída de Trump leva oxigênio aos Estados Unidos. Por extensão, ao planeta.

      Choram as viúvas de Trump inconformadas com a perda da referência. O mundo dos autoritários tinha um Norte poderoso. Não tem mais. Biden entrará em campo com a pauta oposta: medidas contra o aquecimento global, proteção ao meio ambiente, valorização da democracia, combate a fake news e destaque a direitos humanos. Parece que uma das características mais impressionantes do novo presidente dos Estados Unidos é o realismo: não vive em realidade paralela, não tem fatos alternativos, não fabrica notícias customizadas e não vê conspirações por todo lado. Se for verdade, está de bom tamanho.

      Como descrever a era Trump? Pesadelo, tragédia, distopia, grave acidente de percurso, surto psicótico coletivo, engavetamento, hecatombe, tempestade? Talvez palavrões facilitassem a hermenêutica. O mundo amanhece melhor. Já não é preciso gritar “fora, Trump”.

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A Coronavac no Rio Grande do Sul tem nome e sobrenome: infectologista Fabiano Ramos e Hospital da PUCRS. Esses foram os parceiros do Instituto Butantan desde o primeiro dia para pesquisa e testes.