O liberal conservador não quer saber de Estado em economia, salvo se, no Brasil, for para receber dinheiro do BNDES ou ter a sua empresa salva pelo governo em caso de quebradeira por má administração ou anacronismo mesmo. Esse mesmo liberal, curiosamente, costuma querer que o Estado se meta em tudo que for de comportamento. Quer que o Estado bote na cadeia quem consome drogas, que o Estado execute quem trafica drogas, que o Estado proíba casamento gay, que o Estado proíba greves, que o Estado isso, que o Estado aquilo, que o Estado censure, regulamente, organize, imponha e comande, etc.
Esse liberal conservador tem saudades do Chile de Pinochet.
Já o liberal extremista não quer saber de Estado nem para lhe dar dinheiro. É um utopista. A exemplo do marxista que diz, diante dos fracassos do socialismo real, que jamais existiu um país comunista, o liberal extremista garante que nunca houve país liberal.
Muito menos no Brasil.
Imposto para ele é roubo.
Esse liberal consegue ser pior do que o primeiro. Aquele apenas se contradiz e parasita o Estado. Este, teoricamente, interdita o Estado fazendo-se de anarquista de direita. É cada um por si e ninguém por todos. Esses dois liberais são caricaturais.
Exatamente como as caricaturas que fazem dos comunistas.
O interessante dos liberais é que sempre dizem o mesmo.
Passei seis meses sem ler Rodrigo Constantino, Arnaldo Jabor e Marco Antônio Villa.
Fiz isso hoje.
Os textos eram os mesmos de seis meses antes.
O liberal extremista não aceita que se façam caricaturas do seu Deus.
Deus mercado.
O que fazer? Respeitar ou defender o direito à blasfêmia?
Que perigo!