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Verão

Especial

Por que não produzimos nosso IFA?

Questões em busca de boas respostas

Vacina Covaxin do laboratório Bharat Biotech, da Índia | Foto: Bharat Biotech / Divulgação / CP

      De repente, só falamos em IFA. Precisamos de IFA. Queremos IFA. Acompanhamos ao vivo na televisão a chegada do IFA chinês. Até pouco tempo nunca tínhamos ouvido falar em IFA. Agora, debatemos a importância do IFA e as razões da sua escassez. IFA é vida. Por que os países não param tudo e se dedicam freneticamente a produzir IFA? Quem possui IFA sobrando tem o planeta aos seus pés. Quem não tem, precisa engolir preconceitos e injúrias e até implorar para ser ajudado.

Só a produção nacional de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) pode nos levar ao Ufa! Por que a Índia e a China produzem IFA para o mundo e o Brasil não? Bem, para começo de conversa, Índia e China têm vacinas próprias contra o coronavírus. Além disso, existem questões contratuais. Agora, se ficássemos totalmente livres para produzir o nosso IFA, que ingredientes são necessários? Imaginando que seja um bolo: farinha, ovos, açúcar, o “princípio ativo” de alguma das vacinas descobertas, o que mais? Li que o Brasil teve mais de 1.300 plantas produtoras de IFA de outras vacinas fechadas. Por que mesmo?

      A China tem fama de fazer tudo rapidinho. Um hospital em Wuhan para combater o coronavírus? Uma semana. Vacina contra a Covid? Dez meses. Uma ponte? Quinze dias. Por que tanta demora em vacinar a sua população de mais de um bilhão de habitantes? Até agora, pelos dados disponíveis, os vacinados chineses andariam em torno de 35 milhões. Que lentidão é essa? Qual a justificativa? A Índia, que também conta com uma generosa população de mais de um bilhão de pessoas, doa e vende vacinas ao mundo. Agradecemos. E perguntamos: qual é a lógica? Quando o Brasil ajudava parceiros havia muita reclamação. Mandávamos para fora o que faltava aqui dentro. O que diriam aqueles críticos se o Brasil enviasse 90 litros de IFA, como nos brindou a China, para algum necessitado de mesma ideologia ou de ideologia oposta? Ainda bem que, apesar de algum atraso para impor respeito, não se está levando a retaliação na base do bateu, levou e não se fala mais nisso.

      Por que o Brasil contrariou a Índia na ideia de quebrar patentes de vacinas contra o coronavírus? Na OMS, tardiamente, o Brasil está defendendo licenciamento pelas farmacêuticas para produções locais em laboratórios ociosos. Por que a União Europeia está tão lenta na vacinação? Especialistas dizem que tudo dará certo. Assim como as máscaras e os textos, raros no começo da pandemia, tornaram-se fartos com o passar do tempo, indicam que haverá oferta generosa de vacina dentro de alguns meses. Para escolher, doar, comprar e vender. A pandemia tem ensinado que sem cooperação internacional a vaca iria para o brejo em muitos países, inclusive no Brasil. A Organização Mundial da Saúde está lutando por mais colaboração e menos competição.

      Se tivéssemos vacina e IFA, venderíamos para a China? Certamente. É possível que discursasse, fizesse pose ideológica, mas, ao final, prevaleceria o interesse comercial ou, quem sabe, humanitário. O Brasil tem experiência em vacinas. Por que não produzimos uma contra o coronavírus tão rapidamente quanto China e Índia? Porque, segundo quem é do ramo, falta investimento em pesquisa.

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Duas grandes perdas: o cartunista Tacho e cientista Ivan Izquierdo.