Romário e eu estamos no mesmo barco.
Do nascimento.
Ele faz hoje 50 anos de idade.
Eu, sempre na frente, chego aos 54.
Romário foi fera na definição.
Os franceses me chamavam de raposa da área.
Romário arranjou lugar na política.
Eu sigo o meu caminho.
Nunca falta polêmica.
Um leitor acha que defendo a Coreia do Norte e que sou comunista.
Devo ser um visionário. Enxerga muito longe.
Outro, tem certeza de que sou petista e defendo a corrupção do governo.
Tem leitor assim.
Se falo "o PSDB fez isso", estou defendendo o PT.
Eu não gastaria uma bala do meu revólver com o PT.
PT e PSDB são as famosas duas faces da mesma moeda.
O PMDB é a parte entre elas.
Neste já longo percurso, continuo o mesmo: livre, leve e anarquista.
Romário tem partido.
O meu partido não é o Rio Grande.
O meu partido é a palavra.
Passam os anos, mas como permanece o que eu sinto: os dedos em chamas.
Já fui odiado pela esquerda. Hoje, sou odiado pela direita.
E amanhã?
Amanhã será como ontem: antes de futuro.