A direita não gosta de desconstruções da história.
Odeia que não se veja a chegada dos portugueses ao Brasil como uma "descoberta".
Detesta que se fale da Revolução Farroupilha com uma insurreição de proprietários escravistas.
Paradoxalmente a direita vem tentando desqualificar o mais importante herói negro do Brasil, Zumbi.
O conservador esperto dirá: pode-se revisar tudo menos a história do Zumbi? Contradição.
Não. Mera questão de pertinência.
Zumbi teve escravos?
Havia escravidão em Palmares?
Realidades distintas são fundidas para gerar uma ideia de equivalência sem pertinência histórica.
Estratégias de resistência a um inimigo cruel são convertidas em marcas de um paralelismo injusto.
Zumbi foi o herói de uma resistência quase impossível.
A escravidão perpetrada pelo capitalismo superou todos os precedentes da antiguidade.
Só ela desumanizou integralmente o escravo.
Só ela lhe deu o caráter totalizante sem brechas de ferramenta e mercadoria.
Zumbi foi o fantástico herói de uma guerra que só poderia perder.
Teve sua cabeça salgada pelos representantes da civilização branca capitalista.
Quando se contam os mortos do capitalismo e do comunismo, dois regimes hediondos do ponto de vista de genocídios, é comum se esquecer de colocar na conta do capitalismo o massacre continuado por mais de três séculos dos escravos arrancados da África. Dificilmente se inventará uma máquina mais cruel de moer carne humana.
Viva Zumbi dos Palmares!
Viva Dandara dos Palmares!