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Especial

“ A internet não é para ser usada 24h”, diz Eliane Potiguara

Individualismo foi o tema central abordado pela escritora indígena

Público infantojuvenil foi o alvo na sua participação | Foto: Reprodução

O encontro virtual com Eliane Potiguara aconteceu nesta quarta-feira (11) e foi acompanhado pelo site oficial da Feira do Livro de Porto Alegre. Durante a apresentação, que contou com a mediação de Adriane Azevedo, um dos temas abordados foi o egocentrismo. Segundo Eliane, as pessoas estão concentradas em si próprias e não vivem o seu propósito. “Ninguém está aqui só para passear e para mexer no celular. A vida não está neste aparelho”, disse, enquanto sinalizava o celular.

 A escritora citou como exemplo os momentos da refeição, quando as pessoas perdem o foco para responder mensagens. “Devemos apreciar o nosso alimento e sentir os sabores do inhame, da carne seca, do arroz...”, discorreu. 
A valorização da família e das gerações passadas foram citadas pela indígena, em tom de aprendizado e de sabedoria. “Vocês devem ouvir os seus avós e todos os seus ancestrais. Foi por escutá-los que eu me tornei uma escritora”, expõe. 

Eliane também buscou transmitir a importância que o Potiguara dá para a natureza, cultivo que acompanha de berço os povos indígenas. “A terra, os frutos que dela provém e o céu são relevantes para nós. Todos deveriam dar a mesma importância para o lugar ao qual vivemos”, alertou. Uma revelação também foi feita pela escritora, que relembrou o tumor que teve nos olhos e no peito durante a infância. A enfermidade foi curada pelos avós através dos conhecimentos medicinais, que costumam passar de uma geração para outra de forma natural e constante. 

A escritora aproveitou essa história para criticar a apropriação da ciência sob os remédios indígenas, que proporcionam a cura em relação as mais variadas doenças, por não receberem os créditos das criações. “Eu não concordo que tenham tirado os nossos remédios sem nos dar a devida menção pelo desenvolvimento”, pontua.

Eliane finalizou a sua participação recordando como começou a escrever. Conforme ela, o início se deu por meio de pôsteres, que logo após eram distribuídos gratuitamente. Com 27 anos, ela passou a participar ativamente em causas indígenas, que inclusive proporcionaram a primeira viagem para o Rio Grande do Sul, com o objetivo de visitar a tribo dos Guaranis buscando a valorização da cultura e da identidade. Quem perdeu o encontro ao vivo pela manhã, pode vê-lo acessando o link https://www.youtube.com/watch?v=rZPVaautz7w&feature=emb_logo.

Gustavo Machado / Unisinos