Numa corrida totalmente maluca, a Alpine voltou às vitórias usando seus dois pilotos para ganhar o GP da Hungria de Fórmula 1, neste domingo. Esteban Ocon herdou a ponta com as trapalhadas de Mercedes e Red Bull e Fernando Alonso segurou Lewis Hamilton de forma genial no fim para garantir que o companheiro tivesse distância para não ser atacado pela Mercedes. Sebastian Vettel cruzou em segundo, de certa forma frustrante pois teve carro, tática e pneu para passar com a Aston Martin; enquanto Hamilton não foi menos brilhante ao se recuperar de último para terceiro e assumir a liderança do campeonato.
Após a corrida, Vettel foi desclassificado por não ter combustível suficiente para testagem regulamentar. Com isso, Hamilton subiu para segundo e Sainz herdou o pódio para a Ferrari em terceiro. Alonso foi para quarto, Gasly quinto, Tsudona sexto, Latifi sétimo, Russel oitavo, Verstappen nono e Kimi Raikkonen herdou um valoroso pontinho para a Alfa Romeo.
E se a Red Bull já estava com os nervos à flor da pele, uma barbeiragem de Valtteri Bottas esculhambou de vez o psicológico da turma energética. Na largada sob pista úmida, o finlandês arrancou mal, perdeu a freada e bateu em Lando Norris. A McLaren foi empurrada contra a Red Bull e Max Verstappen e fez um strike com ao menos cinco carros. Sérgio Perez ficou pelo caminho, Pierre Gasly foi prejudicado e Charles Leclerc também teve a prova encerrada pela confusão. Fernando Alonso teve que escapar de duas pancadas com a Alpine.
Quem lucrou para caramba, então, foi Esteban Ocon, ficando em segundo com a outra Alpine, seguido do terceiro, Sebastian Vettel com a Aston Martin. Nicholas Latifi conseguiu pular lá do fundão para sexto, com George Russell em oitavo, um baita lucro para Williams. E ainda tinha Yuki Tsunoda em quinto e Mick Schumacher em décimo. Uma embaralhada de cartas impressionante por apenas um erro de freada. E claro, felizão na ponta, Lewis Hamilton de cara com ar limpo e a liderança do campeonato.
Veio a relargada depois de bandeira vermelha e a pista secou. Todo mundo foi para os boxes e a Mercedes cometeu um baita erro de avaliação. Apenas Hamilton disparou do grid, com pneus intermediários. Todo mundo de seco tirou a diferença para ele, que voltou em último após sua troca. Com isso, Esteban Ocon assumiu a liderança de forma bizarra para a Alpine.
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A close call at the front, as Vettel piles on the pressure while he and Ocon lap Giovinazzi #HungarianGP #F1 pic.twitter.com/NtE46Pafcz
Dali, o francês comandaria a prova na sua primeira metade. A partir da volta 20, Vettel começou a atacar, mas sem conseguiu posição para passar. A tática de pits faria a diferença entre os dois. Para vantagem deles, Latifi era a rolha do pelotão, segurando todo mundo enquanto os líderes abriam vantagem. Carlos Sainz era o único dos times grandes que mantinha eles na alça de mira com a Ferrari.
No meio do pelotão, Verstappen fez uma ultrapassagem na raça e polêmica sobre Mick Schumacher. Chegou a sair da pista, devolveu o lugar de forma esquisita e passou na curva seguinte, batendo roda com o alemão. Sem conseguir passar os outros, Hamilton fez um undercut. E deu certo. Quando Verstappen e Daniel Ricciardo pararam, a Mercedes passou os dois, por fora, na curva 1. Com isso, se colocou em posição até de atacar uma vaga no pódio.
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Hamilton muscles his way past Sainz, and up into third#HungarianGP #F1 pic.twitter.com/AAfSUfJr38
Lá na frente, em terceiro, Sainz descontava muita diferença para Ocon. Só que a Ferrari mastiga pneus e, mais para o fim da prova o espanhol não conseguiria atacar.
A Aston Martin tentou o undercut, parou Vettel antes, mas errou a troca e Ocon ainda retornou em primeiro. O mais rápida da pista a essa altura era Fernando Alonso, com pneus mais novos que a galera. Descontava até de Hamilton.
A Mercedes, então, trouxe o britânico para os boxes e colocou pneus médios. Ele saiu numa missão de caçar um pódio improvável. Enquanto isso, Alonso atacava Sainz e chegava até nos líderes.
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Two of the greatest of all time, wheel-to-wheel, lap-after-lap
Hamilton FINALLY gets past Alonso for P4!#HungarianGP #F1 pic.twitter.com/v7roMkI0je
Chegou a dar pinta que Hamilton buscaria a vitória, mas a Alpine tinha dois pilotos para ganhar uma corrida. E um deles é o gênio chamado Fernando Alonso. Talvez só o espanhol conseguisse segurar por oito voltas um carro tão rápido quanto a Mercedes, guiada pela lenda Lewis Hamilton. E o espanhol segurou, fez linhas diferentes, bloqueou no meio da curva, deu a trajetória externa e espalhou. Sempre leal, sempre no limite extremo. Com isso, deu a diferença exata que Ocon precisava para seguir à bandeirada.
A seis do fim, Hamilton usou todo seu talento para colocar por fora, a Alpine ainda tentou o troco, mas o heptacampeão foi embora. Ainda deu tempo de passar Sainz com os pneus combalidos e confirmar o pódio na bandeirada. Alonso tentou o ataque final, mas a Ferrari cruzou em quarto. O sexto foi Pierre Gasly, com Yuki Tsunoda em sétimo para duplos pontos da AlphaTauri.
E sabe quem mais pontuou? A Williams! Só que Nicholas Latifi chegou na frente de George Russell, com a dupla formando em oitavo e nono e despachando Alfa Romeo e Haas no campeonato de construtores. Max Verstappen conseguiu apenas o último pontinho com sua remendada Red Bull.
Bernardo Bercht