As 500 Milhas de Indianápolis mostraram neste sábado que não basta chegar com talento e acelerar para estar na corrida mais tradicional do mundo. Fernando Alonso e a poderosa McLaren tentaram de tudo, foram seis vezes para a pista e ficaram de fora dos 30 melhores com vaga garantida na prova do dia 26. O mais rápido de todos foi Spencer Pigot, com a especialista em ovais Carpenter. Para o Brasil, saldo positivo, com os três representantes confirmados no grid.
J. R. Hildebrand, da pequena Dreyer & Reinbold foi o algoz do bicampeão de Fórmula 1, já nos minutos finais da sessão. A frustração de Alonso começou na primeira tentativa, com um pneu furado que estragou a última de suas quatro voltas. A velocidade da McLaren, porém, já não era lá essas coisas.
Na quinta vez que foi encarar a Brickyard, finalmente a McLaren entrou no Top 30. Alonso fez a vigésima nona marca e parecia um pouco mais azul o céu do asturiano. Durou pouco a felicidade. Primeiro por conta do inesperado Ben Hanley. O britânico, da nanica Dragon Racing, inventou uma volta boa o suficiente para o meio do pelotão e devolveu Alonso à temerária bolha. "Por que ainda estamos tentando?", bradou um frustrado espanhol no rádio...
O fim da picada veio com J. R. Hildebrand, que aproveitou um momento de pouco vento e nuvens no céu. Com a pista esfriando, registrou um temporal de 228 milhas por hora e tirou a McLaren do top 30. Agora, Alonso terá apenas uma chance de superar James Hinchcliffe, Pato O'Ward, Sage Karam, Kyle Kaiser e Max Chilton por três vagas na última fila da Indy 500.
Just a few minutes later, @JRHildebrand returns to the track in the No.48 @salesforce @TeamChevy for another qualifying attempt. JR clocks 228.568, 227.901, 226.010, 226.272 for a 227.18 mph average to improve on the early 226.83. pic.twitter.com/FnQo8093op
— Dreyer & Reinbold Racing (@DRRIndyCar) 18 de maio de 2019
A pessoa mais feliz de todo o grid, contudo, era a britânica Pippa Mann. Ela optou por fazer apenas uma volta, que foi escorregando de pouco em pouco, mas suficiente para segurar o trigésimo lugar. "Por um momento, achei que tinha sido a decisão errada ficar na fila lenta. Mas a gente conseguiu, voltamos e estamos dentro", celebrou, entre lágrimas.
Hélio Castroneves tentou duas vezes com a Penske entrar nos nove mais rápidos que decidirão a pole. Ficou em décimo segundo, mas firme na luta por sua quarta vitória. Tony Kanaan fez o que tinha que fazer, esperava algo mais, mas partirá em décimo sexto. O dia foi mais dramático para Matheus Leist, mas o gaúcho de 20 anos foi à luta numa segunda tentativa para confirmar o posto 24. "O carro estava muito traseiro na primeira parte, usei toda a regulagem interna que temos para distribuir peso, mas não foi suficiente", comentou. Para evitar maiores sustos, contudo, ele foi à luta e classificou para sua segunda 500 Milhas.
Mais drama teve o canadense James Hinchcliffe. O piloto da Schmidt Peterson já quase perdeu a vida no oval. Se recuperou para fazer pole, mas ficou de fora da corrida do ano passado. Neste sábado, bateu forte em sua primeira tentativa e não conseguiu entrar no grid com o carro reserva. Vai lutar com Alonso e cia por aquelas três vaguinhas finais.
This was a scary moment for @Hinchtown during #Indy500 Qualifying. Listen to the crowd's applause when he climbs out of the car. Chills. #INDYCAR // #ThisIsMay pic.twitter.com/Whm05prS9L
— NTT IndyCar Series (@IndyCar) 18 de maio de 2019
Bernardo Bercht