Em time que está ganhando... Se mexe sim, senão Ferrari e Red Bull chegam! A Mercedes não dormiu nos louros, aproveitou tudo de melhor que garantiu o título de 2019 e revolucionou mais alguns componentes no seu novo carro o W11. Vamos analisar o novo equipamento para Lewis Hamilton tentar o hepta e Valtteri Bottas lutar por vitórias.
E a transformação mais drástica da nova Flecha de Prata foi nas laterais. Após anos refinando o conceito padrão do famoso formato coca-cola, a Mercedes trouxe a sua leitura da ideia inaugurada pela Ferrari ainda em 2017. Os elementos de deformação e proteção ao piloto deixaram a parte interna do carro e foram esculpidos como grandes defletores de ar para otimizar a refrigeração, ao mesmo tempo em que controlam a turbulência das rodas, que costuma "estragar" o funcionamento apropriado de aletas e aerofólios.
O grande pulo do gato, contudo, é que o time integrou esses defletores com o assoalho sob o nariz do carro, as aletas e os ailerons atrás da suspensão. É um grande e intrincado caminho que o ar percorre até ser distribuído por todas as partes desejadas pelos projetistas. Um baita trabalho de James Alisson e sua turma.
É tão importante esse corredor de ar, que a suspensão do W11 contraria a tônica dos rivais diretos, que tem abaixado o conjunto para limpar o ar superior e baixar o centro de gravidade. A Mercedes criou um encaixe que eleva todos os braços de fixação e cria um grande espaço para os fluxos dinâmicos passarem.
Lá atrás, a alemoada não conseguiu ter o mesmo "regime" que a Ferrari e a tampa do motor é mais convencional. Há uma protuberância grande na área próxima da suspensão traseira. Para compensar a falta de espaço nas laterais, o santantônio é bem largo para engolir ar e esfriar todo os complexos sistemas do carro moderno de F1. Convencional, mas sempre funcionou para o melhor motor do grid em toda a era híbrida.
Na traseira, a Mercedes escondeu bem as primeiras imagens. Não é possível espionar o que foi feito do assoalho e difusor, parte essencial na geração de downforce. Mas o time adotou um "cabide", uma pequena asinha sob a asa principal, que parece trabalhar os gases que saem do escapamento.
Bernardo Bercht