Pietro Fittipaldi está construindo uma reputação própria, crescendo além do sobrenome bicampeão de Fórmula 1 que herdou do avô. Ele provou a versatilidade em todo tipo de carro, dos monopostos de entrada, passando por Mundial de Endurance e DTM. Agora, uma parceria com a Haas F1, que superou até mesmo seu grave acidente em Spa-Francorchamps, mantém o piloto como um dos brasileiros mais próximos do topo do automobilismo. Em entrevista no Hospitality Center do time, em Austin, e sob os olhares atentos do chefão Gunther Steiner, Pietro detalhou sua contribuição para a equipe norte-americana e os planos para encontar um cockpit oficial.
"A equipe é muito profissional, todo mundo é muito sério. Ainda assim, são mais abertos que qualquer outro time", comenta Pietro. "É aquele estilo norteamericano. E isso me permite fazer várias perguntas para os engenheiros e aprendo muito. Eles me ajudam a saber cada vez mais", avalia. Questionado se a fama de "acidentados" de Romain Grosjean e Kevin Magnussen gera muitas broncas nas reuniões, ele descartou. "Quando tem debriefs, é como qualquer outro time, todo mundo focado no trabalho."
Mas Pietro não está lá só para aprender a ser piloto de F1, ele já tem um papel essencial na preparação do time norte-americano. "Eu contribuo também. Pois a gente faz muita coisa importante no simulador, já que os testes são limitados na vida real", explica. "Estou lá quarta, quinta e sexta. Eles me passam um acerto básico, vemos como está a dirigibilidade para cada circuito e, daí, vamos trocando", detalha o piloto. "Eu, o Grosjean e o Magnussen temos um acerto similar, o que facilita." Cabe ao brasileiro, ainda, ter o primeiro contato com as peças novas do time, no mundo virtual. "Também testamos novidades, para ver o que faz no comportamento do carro e se melhora a performance. É muito importante isso para todos os times. Pois pode usar o quanto quiser o simulador."
Pietro relata que o tio, o ex-piloto italiano Max Papis, foi essencial para chegar à beiradinha da F1. "A oportunidade veio ainda em 2016, quando tive uma reunião com o Gunther. Meu tio Max me apresentou e ele disse para primeiro ganhar o campeonato da World Series e então falar com ele", narra o piloto. Ele venceu a temporada e veio a resposta: "'Vamos te testar em julho de 2018'. Só que aí quebrei minhas pernas duas ou três semanas antes das 500 Milhas de Indianápolis, naquela prova do WEC em Spa-Francorchamps."