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Em outros passos

Filme "O Próximo Passo", dirigido por Cédric Klapisch, é uma das 17 atrações inéditas do Festival Varilux de Cinema Francês até 6 de julho

"O Próximo Passo" está em cartaz no Festival Varilux de Cinema Francês em quatro salas da Capital | Foto: Emmanuelle Jacobson Roques / Divulgação / CP
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 Um dos festivais que sempre prestigiei em Porto Alegre é o Varilux de Cinema Francês, com suas produções francesas em coprodução com outros países. O primeiro filme que tive oportunidade de ver nesta 13ª edição foi “O Próximo Passo” (En Corps) do cineasta Cédrick Klapisch. Este diretor e roteirista de uma sequência de belos filmes sobre dramas da transição do jovem adulto para uma maturidade na questão do drama multicultural, como “Albergue Espanhol”, “Bonecas Russas” e “Paris” nos coloca desta vez dentro do universo do ballet clássico e da dança contemporânea. A história trata da bailarina Elise Gautier (Marion Barbeau), uma excelente bailarina clássica que aos 26 anos sofre uma lesão no tornozelo durante uma apresentação de ballet clássico no corpo da Opera Garnier. Ela descobre que não pode mais dançar. A sua vida se transforma e o que era glamour vira dor, mas sempre é possível haver uma transformação. Ela sai de Paris e vai para a Bretanha trabalhar como garçonete para um casal de amigos, Sabrina e Loic (Souheila Yacoub e Pio Marmai) em uma pousada da Bretanha, administrada por Josiane (Muriel Robin). A ressignificação de Elise passa por aceitar a recuperação lenta e a nova condição. E os conflitos e dramas, apesar de não serem tão densos quanto a vida, a colocam em contato com a não demonstração de amor do pai (o hilário Denis Podalydès), que criou ela e as duas irmãs sozinho a partir da morte da mãe. Os estímulos de Elise passam pelo período de residência e ensaios de uma companhia de dança contemporânea, a Compagnie Hofesh Shechter, uma companhia real com os bailarinos que na verdade dançam com o grupo e sob o comando do próprio Hofesh. Ao filmar a dança de um jeito incomum, de dentro para fora, à maneira de Wim Wenders em “Pina” ou Darren Aronofsky em “Cisne Negro”, com um senso estético irrepreensível e uma trilha sonora do próprio Hofesh com Thomas Bangalter, Klapisch ganha o público e a crítica, compensando o enredo meio Cinderela da história da bailarina machucada. Se o amigo leitor puder ir e conferir, ficarei feliz.

Luiz Gonzaga Lopes