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Júlia Zimmer: De Arroio do Meio para a tela da Record TV

Atriz de 20 anos interpreta Dada, uma fashionista, na série "Todas as Garotas em Mim"

Julia Zimmer é Dara na série "Todas as Garotas em Mim", da Record TV | Foto: AM Company / Divulgação / CP
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A atriz Júlia Zimmer estreou na TV interpretando Dara, uma fashionista, na série da Record TV, “Todas as Garotas em Mim”. Acadêmica de Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), também é pianista e violinista com anos de experiência. Na infância fez aulas de piano no Centro Musical de Arroio do Meio – cidade onde nasceu e viveu até 2019, quando trocou o Rio Grande do Sul pelo Rio de Janeiro. Acostumada com a pequena cidade gaúcha, admite que viver em uma grande metrópole exigiu adaptações. “Somente com o apoio da família para fazer uma mudança tão grande”, destaca Júlia. 

A arte te acompanha desde a infância? Como tudo começou?
A arte me acompanha desde muito pequena. Começou com a música, depois o teatro e a atuação em si. Comecei a estudar piano com 7 anos, mais adiante aprendi a tocar violão, já fui solista de orquestra, já tive minha própria banda. E a atuação aconteceu naturalmente, foram ciclos, e um caminhar muito feliz, sempre fazendo o que eu amo, que tem a ver com a música e a atuação.


Quando ocorreu a decisão de trocar o Rio Grande do Sul pelo Rio de Janeiro?
Em 2019, quando eu completaria 18 anos, eu me vi frente a uma questão muito difícil: decidir qual a faculdade que eu gostaria de cursar. E eu realmente não me via cursando Medicina ou Direito, ou qualquer coisa que não fosse algo ligado às artes ou à música. E eu venho de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, muito pequena, onde as oportunidades nesta área ainda são poucas, bem como profissionais também. Então, com a ajuda dos meus pais, eu escolhi me mudar para o Rio de Janeiro, para estudar e ver se realmente era isto que eu queria fazer. O ano de 2019 foi muito intenso. Minha mãe me acompanhou neste primeiro momento, para que fosse um processo sem traumas, o mais natural possível. Fiz inúmeros cursos, workshops, aulas particulares, tudo o que me indicavam eu fazia. Estudei muito, fui aprovada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em Artes Cênicas, um curso muito concorrido, com 15 vagas anuais. Sempre digo que o universo foi muito generoso comigo. Tenho encontrado muitos anjos neste meu caminhar. E cada vez mais, tenho a convicção que estou cumprindo com a minha missão de alma.


O que a personagem Dara, na série da Record TV, “Todas as Garotas em Mim”, tem de semelhante contigo?
Apesar de termos personalidades diferentes, eu e Dara somos parecidas em algumas coisas. Ela é uma menina muito determinada, fiel aos amigos e que gosta muito do belo. Me identifico com ela nesses quesitos.

É verdade que para compor a personagem Dara fizeste uma imersão no mundo fashion?

Sempre foi um sonho fazer uma personagem mais ligada ao mundo fashion. Desde pequena as minhas personagens preferidas dos filmes eram parecidas com a Dara, como a Sharpay Evans, de High School Musical. Então, assim que recebi o perfil da personagem fiquei super feliz e fui buscando inspirações para a construção da personagem, e muitas inspirações foram das personagens que já me acompanhavam há tempo, outras mais novas. Também fiquei mais antenada nas tendências e contei com a ajuda do meu coach particular.

 

Nas tuas aparições na série, chama a atenção a sinceridade da personagem que não mede as palavras e fala sem rodeios. Como está sendo interpretá-la?

A Dara é uma das colegas da Mirela (Mharessa) e tem essa característica da sinceridade extrema. Se envolve tanto que acaba fazendo quase um papel de mãe. Se tem algo que ela acha que não está certo, vai e fala, não tem muitas papas na língua. Muitas vezes é até uma tentativa de ajudar, mas é aquela pessoa que quando muito ajuda acaba se perdendo, então acaba ficando cômico. Foi muito divertido todo o processo.

Também interpretas, na série, personagens bíblicos. Como está sendo essa mistura?

Lembro de ter gostado já de cara da história. Achei muito interessante essa ideia de ser uma série teen, que mistura o contemporâneo com o bíblico. É uma coisa nova, diferente e muito legal como atriz poder transitar entre esses dois universos em uma mesma série.


Quais os maiores desafios de morar em outro Estado, longe de amigos e familiares?
Minha adaptação foi tranquila. No primeiro ano, voltava bastante ao RS. Durante a pandemia, em 2020, fiquei bastante no RS também. Atualmente, resido no Rio por opção, por ser o melhor para mim, mas também gosto daqui. Claro que tive que renunciar a estar ao lado de pessoas com as quais cresci, familiares e amigos, mas neste momento, o meu foco é o meu desenvolvimento profissional e aqui é onde tudo acontece. Então, para cada escolha, uma renúncia. Amo minha cidade natal, mas sinto que minha vida já não é mais lá.


Como está sendo a experiência de integrar o elenco da Record e quais as expectativas para o futuro profissional?
Está sendo tudo muito legal, muito incrível. É a realização de um sonho poder trabalhar com o que eu amo. O meio artístico não é fácil e é realmente um privilégio poder trabalhar fazendo o que amo. E o que mais me surpreendeu foi a receptividade e a conexão entre o elenco. A gente se deu bem logo de cara e construiu uma relação muito legal, viramos uma família e fomos nos ajudando em tudo. Espero poder crescer cada vez mais profissionalmente, tanto na atuação quanto na música.
 

Para mergulhar na dramaturgia recebeste apoio da família?
Sim, total e incondicional. Sem o apoio dos meus pais, nada disto seria possível. Eu sou filha única e sempre digo que meus pais são meus anjos da guarda aqui na terra, sempre zelando pelo meu bem. E poder contar com o apoio deles tem sido fundamental para o meu desenvolvimento profissional e pessoal também.
 

Acostumada com a cidade pequena do interior, viver em uma grande metrópole exigiu adaptações?

Sim, sem dúvida. Para mim um dos maiores desafios foi a violência. Estar atenta a tudo e a todos sempre foi algo que no começo me deixava desconfortável. Outro ponto é o deslocamento, o trânsito. Até hoje ainda tenho que me policiar e cuidar para não chegar atrasada em compromissos, devido ao trânsito, problemas estes que em cidade pequena não tinha.
 

Como concilias as gravações com as aulas na Faculdade de Artes Cênicas na Universidade Federal do Rio de Janeiro?
Eu tive a sorte de conseguir concluir as disciplinas do semestre passado, pois ainda estávamos com aulas remotas. E agora neste semestre acabei perdendo algumas aulas, mas consegui retornar a tempo. Não tem sido fácil, mas ir para a faculdade, estudar com professores renomados, é algo que me dá muito prazer. Então, tenho certeza que todo sacrifício valerá a pena.
Com o gosto pela dramaturgia e pela música, quais são os próximos desafios?
Estou com um projeto musical, do qual ainda não posso falar muito, mas logo vou estar divulgando e espero que o público goste, pois está sendo feito com muito carinho. E também espero integrar outros projetos na dramaturgia. Quero poder atuar e cantar. As duas artes se complementam e podem andar juntas, uma agregando a outra. 

O cinema faz parte dos planos para o futuro?
Sem dúvida. Quero fazer tudo que puder agregar a minha vida como atriz. Hoje quando se fala em dramaturgia, tem que se ter presente que é um meio muito competitivo. Para estar neste meio, você realmente precisa querer muito, se dedicar intensamente e estudar muito, porque são muitas pessoas boas disputando uma vaga. Eu estudei e sei que ainda estou engatinhando. Quero poder estudar fora do Brasil, fazer cursos com profissionais de fora também e para isto sempre fiz e ainda faço aulas de inglês. Nada vem de graça. Tudo exige dedicação e esforço. Um grande preparador de elenco um dia me falou “você sabe que está escolhendo a profissão mais difícil de todas?” E realmente é assim. Eu amo a dramaturgia e amo a música também. Então, tudo que vier nestes segmentos, me farão feliz. Quero fazer a diferença.
 

Do que sentes saudade em Arroio do Meio?
A minha cidade é muito pequena, com todos os prós e contras de qualquer cidade do Interior. Por ser pequena, tudo funciona bem, desde saúde, educação. Mas também tem seus lados ruins. O que eu mais sinto falta é do convívio com a família, primos, tios, amigos que deixei lá, mas tento compensar indo visitá-los sempre que posso. E eles estão vindo me ver bastante também.

Luciamem Winck