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Na volta ao Brasil, Leite corre contra o tempo

Governador gaúcho tem até 2 de abril para oficializar seus impasses e definir os caminhos para outubro

Leite antecipou seu retorno dos Estados Unidos para esse domingo | Foto: Maicon Hinrichsen / Palácio Piratini / CP
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A antecipação do retorno não deixa de ser um indicativo do que foi a missão liderada pelo governador Eduardo Leite (PSDB) aos Estados Unidos. Inicialmente prevista para ocorrer entre segunda (decolagem nos EUA) e terça-feira (chegada ao Brasil), ela foi adiantada para este domingo. Oficialmente, há uma reunião agendada com uma instituição financeira. Nos bastidores, todos sabem que a decisão passa também pelo cenário eleitoral.

Durante os sete dias com compromissos oficiais em solo norte-americano, as manifestações do governador se dividiam basicamente em dois momentos: falar sobre mudanças promovidas no Rio Grande do Sul (privatizações, reforma da previdência estadual...) e discorrer sobre as eleições presidenciais deste ano. O segundo tema era abordado sendo ele provocado a falar sobre o assunto ou não.

Na quinta-feira, a informação de que Leite poderia antecipar o retorno ao Brasil agitou a comitiva. Inicialmente negada e tratada como boato, a notícia acabou se confirmando. E o próprio Leite admitiu que o a volta mais cedo ocorre, também, em função das discussões sobre uma eventual candidatura dele no contexto nacional.

Não apenas o governador, mas também aqueles que defendem sua candidatura ao Palácio do Planalto, correm contra o tempo. Até o dia 2 de abril tudo precisa estar definido. Se Leite vai mesmo entrar na disputa nacional, precisa renunciar ao Palácio Piratini, deixando a chefia do executivo estadual para o atual vice-governador, Ranolfo Vieira Junior. Além disso, se deixar mesmo o PSDB (partido no qual está há mais de vinte anos), o prazo é o mesmo. O destino mais provável é o PSD, de Gilberto Kassab.

Entre avanços que ocorreram em algumas negociações, como o empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o pagamento de precatórios, e outras agendas de menor destaque, a pergunta que acompanhava os movimentos em solo norte-americano era: estamos acompanhando a última agenda internacional e os derradeiros dias de Eduardo Leite como governador do Rio Grande do Sul?

Para quem acompanhou a missão anterior, em outubro do ano passado, como ele esteve em solo europeu, cumprindo agenda na Espanha e na França, havia uma sensação de “déjà vu”. À época, o PSDB vivia a expectativa das prévias e a disputa entre Leite e Doria se acirrava. Um mês e meio depois, no final de novembro, os tucanos escolheram o governador de São Paulo como candidato ao Palácio do Planalto. Foi uma ducha de água fria para Leite e seus entusiastas.

Pouco mais de três meses depois, com o nome de Doria patinando nas pesquisas eleitorais, o nome de Eduardo Leite voltou a ganhar força, em uma espécie de tentativa desesperada de encontrar um nome para quebrar a polarização existente entre Bolsonaro e Lula, e viabilizar o que se convencionou chamar de terceira via. Se o nome dele vai decolar ou não é outra história, mas para quem já cogitava quebrar uma promessa de campanha e concorrer à reeleição ao Palácio Piratini, o debate em torno de Eduardo Leite no cenário eleitoral de 2022 não deixa de representar uma espécie de voo da fênix, renascendo das cinzas. Aguardemos.

Guilherme Baumhardt