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Verão

Especial

China se alia ao Japão

Parceria Econômica Regional Abrangente vai movimentar cerca de um terço da economia mundial

| Foto: Handout / VIETNAM HOST BROADCASTER / AFP

As ações protecionistas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixam uma herança pesada para o seu sucessor Joe Biden. Dentre essas ações estão a guerra comercial travada contra a China e o abandono, em 2017, do Acordo Ásia Pacífico, TPP na sigla em inglês, acertado por seu antecessor Barack Obama e que envolvia 12 países. Esse acordo não só teve sequência sem os EUA, como acaba de ampliar-se, transformando-se no RCEP na sigla em inglês, Parceria Econômica Regional Abrangente. Além de envolver outros parceiros, como Austrália, Nova Zelândia e Vietnã, entre outros, também colocou no mesmo grupo potências como China, Japão e Coreia do Sul.

O RCEP envolve no total 15 países da Ásia-Pacífico que juntos movimentam cerca de um terço da economia mundial. Segundo economistas do bloco, este pacto deverá acrescer à economia 200 bilhões de dólares anuais até 2030, criando um bloco tão sólido quanto a União Europeia. O acordo só não se tornou maior porque a Índia desistiu de participar, por dois motivos. Um, pelo contencioso fronteiriço que tem com a China, foco de constantes confrontos bélicos entre os dois países. E outro, porque a Índia não quis ser inundada pelos baratos produtos chineses.

É preciso considerar, no entanto, que o novo acordo, embora estabeleça isenção de tarifas da ordem de 90%, não envolve um mar de rosas. Especialmente, porque engloba desde potências econômicas até países pobres. E sobre um dos produtos básicos da região, eletroeletrônicos, ainda não houve um acordo. Porém, como destaca o professor Peter Petri, de Finanças Internacionais da Universidade Brandeis, dos EUA, “fator crucial é que marca o primeiro acordo de livre comércio entre China, Japão e Coreia do Sul. Embora o RCEP seja um pacto bastante superficial, ainda é um grande passo. Permite que eles realizem algo que seria muito difícil politicamente se o fizessem apenas entre si”. O fato é que o acordo dá à China uma voz importante na definição de padrões para o comércio regional.

E para finalizar, o que escreveu Tatiana Prazeres, senior fellow na Universidade de Negócios Internacionais e Economia, em Pequim, e ex-secretária de comércio exterior e conselheira sênior na direção-geral da OMC: “Se é que o governo Trump tinha uma política comercial para a Ásia, ela falhou. Além de resultados minguados na queda de braço com os chineses, os anos Trump viram a conclusão do TPP excluindo os EUA e a do RCEP incluindo a China. À moda de Trump, o presidente americano destruiu o que existia e não colocou nada no lugar. O vácuo foi rapidamente ocupado”.

 

Jurandir Soares