A moça caminha na praia,
dança sua sombra na areia.
Na partitura das ondas,
canta um coral de sereias.
Não sabe a moça que leva
uma sombra bailarina,
que dança e se requebra
quando o sol abre as cortinas.
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Que destino tem as lágrimas
da moça que chora no mar?
Vão nos olhos das sereias?
Virão as nuvens buscar?
Há tanto sal em suas lágrimas,
quem haverá de secar?
As lágrimas não são nossas,
são gotas roubadas do mar.
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Sozinho me vou andando
pelas extensões da praia.
Ante a quietude das horas
assisto o sol que desmaia.
As vagas montam os ventos,
galopam sem embaraço.
Respondo as perguntas do mar
quando às ondas eu me abraço.
Correio do Povo