Enganou-se quem pensou que o resultado das prévias tucanas, no final de novembro, iria encerrar a discussão pela disputa presidencial dentro do partido. A vitória do governador paulista João Doria até agora não foi devidamente digerida por uma parte do partido, em especial, o mesmo grupo que apoiava (e ainda apoia) o nome do governador gaúcho Eduardo Leite.
A rejeição à indicação de Doria não chega a ser nenhuma surpresa. Mesmo que discretamente e nas entrelinhas, os discursos de algumas lideranças deixaram evidente esse descontentamento. A posição estagnada de Doria nas intenções de voto até agora acabam só por reforçar o discurso de que a sua candidatura pode não ser a ideal para o partido.
É importante recordar que o PSDB amargou o quarto lugar na disputa presidencial, com menos de 5% dos votos. E para engrossar o caldo, o assédio público do PSD a Leite acaba por colocar o PSDB numa posição no mínimo delicada. O partido pode seguir com o nome de Doria e ver uma de suas lideranças trocar de sigla e disputar a mesma vaga. Ou esse movimento do PSD pode ser mero blefe para justificar a troca de candidato à presidência.
Em tempo (1): Doria não parece estar nem um pouco disposto a deixar a disputa. O anúncio de que irá disponibilizar a quarta dose da vacina é um exemplo.
Em tempo (2): o PSDB do RS vai promover um grande encontro no sábado para discutir os rumos do partido no processo eleitoral deste ano.
Mauren Xavier (Interina)