O desabafo do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, por meio de áudio, compartilhado no WhatApp, neste domingo, apenas evidenciou a atual fragilidade no MDB. Em uma manifestação de quase 10 minutos, Melo narrou os acontecimentos da última quarta-feira, que resultaram no esvaziamento da prévia, que buscava definir o nome para a disputa ao governo do Estado, marcada para 19 de fevereiro.
O prefeito detalhou o que já era de conhecimento público, como o momento de instabilidade nacional do partido - que inclusive discute a possibilidade de formar uma federação partidária - e também local, com o acirramento do clima entre os pré-candidatos postos, deputado federal Alceu Moreira e o deputado estadual Gabriel Souza. Até aí não houve novidade.
A questão do desabafo foi diante da reação posterior de integrantes do MDB de que o movimento de pedir para que Moreira e Gabriel não fizessem as suas inscrições teria sido atribuído a Melo, como visto em algumas publicações nas redes sociais. “Fui um mediador precário de um processo. O acordo foi coletivo. Acho injustiça fazer isso comigo”, diz o prefeito em trecho do áudio, complementando, que, em uma próxima ocasião, avaliará a sua participação em alguma situação similar.
Um dos maiores partidos do Estado e que esteve como protagonista nas últimas eleições ao Palácio Piratini, inclusive vencendo a disputa em quatro ocasiões, o MDB se vê, nesse momento, fragilizado, interna e externamente. Afinal, como um partido que não está, no mínimo, alinhado entre os seus vai discutir o protagonismo? Nesse momento, achar novamente a rota torna-se o maior desafio.
Em tempo (1): Pesquisa interna realizada pela equipe do deputado Alceu Moreira indicava a sua vitória na prévia, mesmo com uma margem muito pequena. Mostra que a disputa seria acirrada.
Em tempo (2): Ao lado do secretário estadual Edson Brum, Gabriel Souza participou no sábado de encontro do MDB de Camaquã, na Costa Doce. A pré-campanha continua.
Mauren Xavier (interina)