Às vésperas do envio de um novo projeto, desta vez um texto único, sobre a regionalização do saneamento à Assembleia, que deve chegar à Casa até sexta-feira, o governo gaúcho fez um movimento político e simbólico, também visando minimizar as resistências em torno do tema. Em ato no Piratini, com a presença do governador Eduardo Leite (PSDB), dez municípios firmaram compromisso com a Corsan. Cinco destes já assinaram o aditivo do contrato.
Tanto as mudanças nos dois projetos originais encaminhados ao Legislativo quanto a cerimônia de hoje no Piratini representam tentativa do Executivo de obter as assinaturas dos aditivos e os votos necessários para a aprovação do novo texto encaminhado. As resistências não estão restritas a prefeitos, mas também estão presentes entre deputados, inclusive da base aliada do Executivo. Outras estratégias para incentivar a adesão de prefeitos até 16 de dezembro foram colocadas em prática. Para estes, as tarifas do serviço serão mantidas sem reajuste real até 2027 e os municípios terão acesso às ações da companhia, que irá para a Bolsa de Valores em fevereiro de 2022.
Segundo o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, as iniciativas representam que o governo busca encaminhar soluções conjuntas. “Este tema vem sendo debatido desde 2018. Com a formação do grupo em busca de alternativas, buscamos o consenso mínimo para avançar. Infelizmente os municípios que não aderirem terão prejuízos e dificuldades na prestação dos serviços à população”, disse, em entrevista ao programa "Esfera Pública", da Rádio Guaíba. Como o novo projeto chegará ao Parlamento em regime de urgência, está clara a intenção do Piratini de vencer o tema ainda neste ano, no período ordinário, antes do início do recesso.
Taline Oppitz