Uma das dúvidas que pairavam nos bastidores era a dimensão da motociata com a presença do presidente Jair Bolsonaro em Porto Alegre, neste sábado. Alvo dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado e em posição desfavorável nas estimativas eleitorais, Bolsonaro precisava mostrar força no ato público. Dimensionar em número a quantidade de veículos que participaram do passeio de moto pelas rodovias federais da região Metropolitana e pelas ruas de Porto Alegre é inviável.
Porém, é impossível negar que a adesão foi representativa e grande, com grupos vindos de várias partes do Estado.
No entanto, mais do que a quantidade de motos, há outros elementos que precisam ser levados em consideração. Foi significativa a quantidade de pessoas que pararam para acompanhar a passagem da motociata. Um dos pontos mais críticos, e também simbólico, foi na avenida João Pessoa, junto à Redenção, tradicional reduto de atos políticos da Capital.
Enquanto as milhares de motos passavam, alguns moradores batiam panela e gritavam palavras contra o presidente. No asfalto, um grupo pequeno fazia o seu protesto, também com críticas. Como resposta, buzinaços, palavrões e gestos. Pelo que foi possível acompanhar, não houve vias de fato. Mas pelo o clima acirrado, é uma demonstração clara de que, independente de pesquisas, a eleição presidencial de 2022, pelo atual cenário, está polarizada.
Foto: Ricardo Giusti
*Colaborou Mauren Xavier
Taline Oppitz*