O governador Eduardo Leite (PSDB) iniciou movimento de prestação de contas sobre os gastos com recursos federais no enfrentamento à Covid-19 aos chefes dos demais poderes e órgãos. Nesta sexta-feira, o documento, de 250 páginas, foi entregue à Assembleia e ao Ministério Público Estadual. O caderno detalha destinações dos repasses federais ao Rio Grande do Sul em 2020, que somaram R$ 3,050 bilhões, segundo dados do Sistema de Finanças Públicas Estadual (FPE) em março de 2021.
A ação é uma resposta às investidas de adversários, especialmente os alinhados ao presidente Jair Bolsonaro, de que os recursos liberados pelo Planalto teriam sido utilizados pelo tucano para pagamento da folha dos servidores, entre outros. “Diante das declarações infelizes e equivocadas sobre a destinação dos recursos federais, desenvolvemos esse caderno com todas as informações sobre valores disponibilizados e empenhados no combate à pandemia”, afirmou o governador.
Leite, que adotava uma postura comedida em manifestações sobre a atuação do governo federal no combate à pandemia, tem elevado consideravelmente o tom desde que se tornou alvo de bolsonaristas, quando foi lançado pré-candidato do PSDB à sucessão presidencial de 2022. A confirmação ainda depende de fatores como a disputa interna com o governador de São Paulo, João Doria, que está fardadíssimo.
Leite se tornou alvo inclusive dos filhos de Bolsonaro nas redes, o que é um indicativo de que identificam potencial no tucano gaúcho. A última investida foi o protocolo, pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), contra Leite.
Taline Oppitz