Foram idas e vindas, marcadas por propostas alternativas e negociações com vereadores e entidades visando a aprovação da Reforma da Previdência pela Câmara da Capital. O desfecho, no entanto, ainda está indefinido e o cenário é desfavorável. A semana tende a ser decisiva para o resultado do placar no plenário do Legislativo. O prefeito Sebastião Melo (MDB), que tem a trajetória marcada pelo diálogo, se empenhou, negociou, mas teve de elevar o tom, recentemente, frente à resistência em relação ao projeto, apesar da ampla base aliada na Casa. As cartas, no entanto, agora estão todas na mesa. Além de duas emendas, que atingem de forma bem mais incisiva a vida dos municipários, que serão colocadas em análise no caso de rejeição do texto.
Principal defensor da reforma, Melo viabilizou acordo, com ações mais amenas, em conjunto com entidades do funcionalismo. Parte delas, dos que ocupam o andar de cima na cadeia alimentar salarial. Apesar do contexto, o entendimento teve impacto em ala de vereadores, considerados decisivos para o êxito em plenário, no caso específico, o PDT. Após a conciliação com entidades, a expectativa era a de contar com pelo menos dois votos dos trabalhistas. O tema, no entanto, está longe de ser unânime internamente no partido. Entre as resistências, está a vice-presidente do PDT em Porto Alegre, deputada estadual Juliana Brizola, que defende a aprovação de emendas para minimizar o impacto do projeto, mas rejeita o texto principal. O partido se reuniu ontem, e a defesa de Juliana saiu vencedora. O PDT definiu pelo voto contra a reforma.
TALINE OPPITZ