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Verão

Especial

Estiagem afetou a produção

Falta de chuva provocou perdas estimadas em 30% no ano passado e é preocupante neste ano porque, se ocorrer de novo agravará a situação das plantas e, consequentemente, da cultura

| Foto: Otto Tesche / Especial / CP

A produção anual de folhas de erva-mate no Rio Grande do Sul fica próxima de 300 mil toneladas. A estiagem do final de 2019 e início de 2020 reduziu em 30% a produtividade do ano, conforme o extensionista da Emater, Ilvandro Barreto de Melo. Embora a cultura seja das mais resistentes a perdas por efeitos climáticos, Melo afirma que a severidade e o período prolongado da escassez de chuvas ocasionaram prejuízos históricos aos produtores. Além disso, a mortalidade das mudas jovens em algumas áreas atingiu índices de 80% a 90%. 
A preocupação com perdas permanece em 2021 porque as os prognósticos indicam pouca chuva. Melo admite que  a continuidade das atuais condições climáticas agravará a situação porque as plantas, que já vêm estressadas da safra passada, irão sofrer ainda mais, com redução de produtividade, baixa imunidade contra ataque de pragas e doenças. Neste quadro, muitas podem morrer. “Mesmo que melhorem as condições climáticas, a produtividade não voltará ao normal imediatamente pois será necessário um período para recomposição fisiológica das plantas antes da volta à produção normal”, explica o extensionista da Emater, lembrando que a erva-mate é perene, diferente de cultivos anuais, cujo cenário muda com a troca da sementes na safra seguinte. 
O consumo de erva-mate no Rio Grande do Sul está entre 9 mil a 10 mil toneladas por mês em período considerado normal. “Como mandamos nos últimos meses 12 mil a 13 mil toneladas para a Argentina, isso é equivalente ao consumo de 60 a 70 dias no Estado”, compara o presidente do Sindimate, Álvaro Pompermayer. A demanda gaúcha, no entanto, é superior à produção local. Conforme o presidente do Sindimate, cerca de 20% da matéria-prima vem de outros estados. A produção local de folhas resulta em cerca de 100 mil toneladas de produto processado por ano. Outras 20 mil toneladas vêm do Paraná e Santa Catarina. 
Comparada com anos recentes, a área cultivada com erva-mate no Estado não passou por grandes alterações e fica próxima dos 35 mil hectares, sem computar as perdas de mudas pela estiagem. Desta soma, 29 mil hectares estão produzindo e os demais têm plantas novas, ainda em desenvolvimento. O presidente do Sindimate observa que a Região Alta do Vale do Taquari, maior polo produtor no Estado, consegue repor todos os anos com mudas de erva-mate o que as outras zonas, mais planas, perdem com o trabalho do trator. “Ali as áreas com ervais vão se transformando em lavouras de milho e soja”, observa. Já a Região Alta do Vale do Taquari tem terrenos mais dobrados e solo propício para a erva-mate. Por isso, o agricultor encontra nesta cultura uma boa renda. “Muitos produtores nesta região estão substituindo a plantação de tabaco por erva. Então, estamos conseguindo suprir o que em outras regiões é perdido”, afirmou Pompermayer. 
Análise recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou produtividade média no Brasil de 7.702 quilos de erva-mate por hectare em 2019. No Paraná a média chega a 6.863 quilos por hectare, em Santa Catarina a 5.750, no Mato Grosso do Sul a 9.714 e no Rio Grande do Sul a 10.007. No entanto, esta média do Estado caiu para 8.600 quilos por hectare em 2020, por causa da estiagem.
Melo salienta que a produtividade é influenciada tanto pelo clima quanto pela tecnologia. “Em  condições climáticas normais há variações de 4.500 quilos até 30.510 quilos por hectare”, relata, sustentando que o diferencial é resultado do aperfeiçoamento na atividade e do profissionalismo de cada produtor. 

 

Otto Tesche