“Segundo os meus policiais, ele não foi submetido ao agente químico como ele menciona e sequer falam em tortura. É uma questão de versões. Existe a dele e a dos policiais. Neste momento, não posso pender para nenhum dos lados. Só posso dizer que, após ser submetido a perícia, que ele relata já ter feito, podemos chegar a uma conclusão efetiva”, afirmou o major Feoli.
Além dos documentos que devem ser enviados pela Polícia Civil, a Brigada Militar irá utilizar imagens de câmeras de segurança e o depoimento dos envolvidos para tentar elucidar o caso. Ao ser questionado sobre as lesões, o major lembrou que a BM só foi chamada para intervir após o torcedor resistir a ser retirado do local por agentes de segurança da Arena.
“Existe uma resistência inicial, o que poderia criar este tipo de lesão, mas não me cabe fazer uma avaliação pormenorizada, pois existe o Instituto de Perícia para fazer essa avaliação técnica. Quanto ao agente químico, o gás lacrimogênio que ele alega ter sido jogado contra ele. Esse gás tem um efeito temporário, mas provoca efeitos como irritabilidade nos olhos. Quando ele foi levado a presença do juiz, do promotor e de um defensor. Essas três pessoas não ouviram ou colocaram no auto da audiência nenhuma das alegações que hoje ele traz à tona. Pelo relato dos policiais e do juiz, ele sequer estava com os olhos vermelhos”, confirmou.
Feoli revelou também que os soldados envolvidos no caso estão sofrendo com muitas críticas nas redes sociais. “Cheguei a ouvir que ele (o torcedor) está traumatizado. Que está com problemas para dormir. Eu tenho policiais que todos os dias apresentam os mesmos problemas não só pela atividade do dia a dia. (…) Desde que essa ocorrência tomou as redes, meus policiais têm sido alvo de críticas e uma série de reprimenda do público e dos amigos, o que leva eles a terem o desgaste. Neste momento, não tenho como chegar e dizer que torturaram. É muito forte. Fazer qualquer inferência com ditadura militar, como foi feito até agora, acho leviano. Não posso falar em tortura e nem que ele forjou o que está relatando. Existe uma divergência de versões. Não tenho como saber hoje. Vou pedir perícias para que possamos chegar a conclusão que se aproxima da verdade”, concluiu.
Em uma rede social, uma das testemunhas publicou um vídeo com toda a ação da segurança privada na retirada das faixas. As imagens não mostram a agressão relatada por Lima, mas tudo o que aconteceu antes da BM entrar em ação.
Correio do Povo e Rádio Guaíba