De acordo com o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, as alterações feitas na Medida Provisória 984/2020, editadas pelo presidente Jair Bolsonaro, não mudam nada no clube até 2024, pois já existem contratos vigentes. No entanto o mandatário tricolor lamentou a forma "solitária" com que os termos da proposta foram elaborados.
"Em um primeiro momento, não nos afeta em absolutamente nada. Para mim, o principal não está nas questões jurídicas ou mérito da MP, para mim, o mais importante foi a falta de uma consulta prévia, de um ajuste, de um encaminhamento, para que fosse possível um debate amplo entre todos os envolvidos", salientou, em entrevista à Rádio Guaíba, nesta sexta-feira.
Para Bolzan, os clubes foram colocados em um atrito entre o Governo Federal e a Globo, detentora dos direitos de transmissão, e que, neste momento, "era tudo que os clubes não precisavam" deixando os "divididos mais uma vez".
"A matéria tem mérito, mas a forma como foi encaminhada, um só clube, debate por um governo inteiro, sem se criar a condição de diálogo, sem consultar os demais está equivocada", avaliou. "Só existe um caminho para esta MP, não ser aceita pelo Congresso, pois não tem caráter de urgência. Devolver para o governo e estabelecer uma conversa sobre o tema", sugeriu. "Em um momento que estamos com 70% dos contatos televisivos suspensos, temos de reagir, os clubes precisam debater para não serem escolhidos pelo debate."
"Imaturidade política"
Sobre a manifestação do presidente Jair Bolsonaro, de que estaria "democratizando o futebol", feita em seu Twitter na tarde desta sexta-feira, Romildo Bolzan defendeu que se de fato fosse isso, todos os clubes deveriam ser ouvidos e voltou a lamentar a maneira "equivocada" com que tudo foi feito.
"Um ato pequeno para um enorme problema, uma enorme consequência, que poderá ser positiva ou negativa, mas a maneira como foi feito, despropositado, sem conteúdo, demonstrou uma imaturidade política, de quem pede e de quem aceita", finalizou. Segundo Bolzan, Grêmio e Inter estão alinhados e não estão de acordo com a medida, pois ela "fere o debate coletivo", afirmou.
Correio do Povo