O atacante do Grêmio, Ferreira, envolvido recentemente em uma polêmica sobre a renovação de contrato, entrou na Justiça contra o Grêmio pedindo rescisão de contrato com o clube. O empresário do jogador, que ainda tem vínculo com o Tricolor, pediu valorização do atleta, e os termos não foram aceitos.
Diante da situação, o representante do jogador alega, no processo, que o jogador foi afastado do grupo principal como forma de coação. Na peça, considera que a decisão interferiu "causando-lhe grandessíssima decepção e constrangimento, restando, assim, evidenciada a coação, a pressão para que o reclamante cedesse às ameaças do clube [...]".
O jogador segue treinando com o grupo do Grêmio. Na tarde desta quinta-feira, participou da atividade comandada por Renato Portaluppi juntamente com o grupo de transição, em um jogo-treino com o grupo principal. Apesar de não estar inscrito na Libertadores, Ferreira segue à disposição e com condições de jogo para o Campeonato Gaúcho.
Conforme entrevista do empresário do atleta, Pablo Bueno, à Rádio Guaíba no início da semana, Ferreira teria proposta do Athletico-PR. Ainda segundo ele, a proposta feita ao Grêmio prevê salário menor do que ele ganharia no clube paranaense.
Grêmio nega coação e atribui situação ao empresário
Procurado pela rádio Guaíba, o responsável pelo Departamento Jurídico do Grêmio, Dr. Nestor Hein, garantiu que o clube não agiu de forma a coagir o atleta, cujo futebol é "apreciado" dentro do clube, reforçando que ele tem contrato em vigência e segue treinando normalmente, sem tratamento diferenciado. "Nunca assediamos ninguém", afirmou.
Em relação ao impasse, Hein atribuiu o impasse à figura do empresário do jogador, na forma de conduzir a situação, classificada por ele como "balbúrdia". Ainda em relação a Ferreira, pediu a preservação da figura do atleta, "para que ele não seja punido pela estupidez" de seu representante. "Dou a ele o benefício da dúvida. É um jogador querido pelo Grêmio, queremos ao nosso lado. Vai continuar trabalhando normalmente. Não atribuo a ele, e sim à pressão que está sofrendo", frisou.
Agora, o Grêmio deverá ser ouvido na Justiça, apresentando os argumentos. Segundo Hein, a defesa deverá se basear na manutenção do jogador no grupo, explicando como funciona a equipe de transição, e evidenciando o tratamento igualitário dado a todos. "Estamos cuidando de um patrimônio humano do Grêmio. O processo vai se desenrolar, e vejo muita possibilidade de mantermos o vínculo do jogador até o prazo final", explicou.
Correio do Povo / Rádio Guaíba