Quando buscou no argentino Cristaldo um sopro do clássico camisa 10, o Grêmio não deixou de atentar para um outro aspecto do meio de campo. Não é de agora que a atribuição de “pensar o jogo” vem também de alguém que ocupa uma faixa mais recuada no setor. No time tricolor projetado para a temporada 2023, Pepê foi o escolhido para ser essa peça. Ocorre que desde sua lesão, a criação da equipe minguou. Por esse aspecto, sua volta no domingo contra o Red Bull Bragantino é tão aguardada na Arena.
No dia 19 de março, o Grêmio vencia o Ypiranga, em Erechim, por 1 a 0, gol de Suárez a partir de uma assistência de Pepê. Ainda no primeiro tempo, o volante travou a perna no gramado do estádio Colosso da Lagoa, o que resultou em uma lesão muscular e quase cinquenta dias de recuperação.
“Ele vai dar mais qualidade de jogo, mas o que está faltando ao Grêmio é um jogador que dê profundidade como o Ferreira. Quando joga com Nathan e Vina tem talento, mas pouca velocidade e pouca infiltração. Isso é um problema, pois o time passa a depender muito das jogadas por dentro. Aí a bola bate na defesa e volta e não chega no Suárez”, analisa Paulo Vinícius Coelho, comentarista do canal Paramount+.
Coincidência ou não, a saída de Pepê marca também o início de um período em que o comando do ataque tem sido menos alimentado. Para PVC, no entanto, não há relação de causa e consequência para que o uruguaio volte ao seu melhor momento: "Acho que não. Claro que é importante pela qualidade de passe, mas a questão do Suárez passa por estar jogando jogos mais difíceis nesse momento da temporada e pelo desgaste da sequência de partidas", avalia.
Pepê ainda não tem retorno garantido neste domingo, mas a expectativa é grande para que isso de fato aconteça.
João Paulo Fontoura