Abel Braga teve pouco tempo para treinar até agora, mas já fez uma pequena cirurgia no time colorado. Algumas mudanças táticas importantes já foram percebidas, principalmente na derrota para o Santos, no sábado, na Vila Belmiro, uma demonstração de que, aos poucos, os métodos de Eduardo Coudet começam a ficar para trás.
Para começar, Abel armou seu time para marcar um pouco mais atrás. Com Coudet, o Inter avançava as linhas, tentando sufocar o adversário, dificultando a saída de bola. Foi assim, roubando a bola em uma região próxima do gol alheio, que o time colorado marcou os dois gols sobre o Flamengo, naquela que é a atuação basilar da temporada.
Outra alteração que também ficou evidente, principalmente após a lesão de Edenilson na Vila Belmiro, é que o volante principal (que neste jogo foi Rodrigo Dourado) não recua até a linha dos zagueiros para fazer a jogada conhecida como “saída de três”. Contra o Santos, Dourado ganhou a companhia de Lindoso, depois que Edenilson deixou o campo, e eles se revezaram como uma dupla tradicional de volantes. Ou seja, pelo menos até agora, o Inter abandonou o 4-1- 3-2 de Coudet e adotou uma espécie de 4-4-2 com dois volantes, dois meias e dois atacantes.
Outra alteração evidente é o aproveitamento de Dourado, que com Coudet estava atrás de Rodrigo Lindoso e Musto na hierarquia dos volantes – afinal, estava recém se recuperando de um longo período de lesão. Para Abel, o volante colorado já tem condições de jogar os 90 minutos, se necessário. Musto não entrou em nenhum dos jogos comandados por Abel.
O jovem Maurício, que jogou com Abel Braga no Cruzeiro no ano passado, também ganhou uma oportunidade como titular na Vila Belmiro e deve seguir recebendo chances. Ainda mais com a série de desfalques que o time tem no meio-campo – Nonato, Patrick, Boschilia e talvez Edenilson. Com a derrota no Beira-Rio, o Inter precisa vencer por dois gols no Independência.
Fabrício Falkowski