Trinta e oito conselheiros do Inter, entre os quais o ex-presidente Pedro Paulo Záchia, assinaram e protocolaram na última segunda-feira um pedido de formação de uma comissão para investigar as condutas do presidente Alessandro Barcellos e do ex-secretário geral Flávio Ordoque, que já pediu demissão. Porém, a mesa do Conselho Deliberativo (CD) optou por entregar a tarefa aos oito colorados que formam o Conselho Fiscal (CF). Não há prazo para a conclusão do trabalho, mas o presidente do CF, José Alfredo Amarante, pretende entregar um relatório dentro de um mês.
O ponto de partida será a compilação dos diálogos entre Barcellos e Ordoque com o advogado Mateus Marques, que vieram à tona na última semana, quando vazou uma ação de cobrança de honorários proposta por Marques. Ele começou a prestar serviços para a chapa que venceu a última eleição colorada, no final de 2020, e seguiu durante 2021, mas não havia recebido a remuneração correspondente. Por isso, ingressou com ação na Justiça. Para provar a prestação dos serviços, Marques anexou em sua petição os diálogos que manteve pelo whatsapp com os dirigentes. E, de acordo com esses 38 dirigentes que solicitam a abertura da investigação nesta segunda-feira, as conversas “levantaram suspeitas sobre a forma de gestão praticada atualmente no clube”, conforme documento apresentado ao CD.
Além de prometer agilidade, Amarante deve solicitar mais documentos para a gestão. “Não temos prazo, mas queremos concluir o trabalho rapidamente, até para termos clareza do que aconteceu”, disse o presidente do CF.
Ordoque, que foi um dos principais articuladores da candidatura de Barcellos, pediu demissão do seu cargo assim que os diálogos foram divulgados, e não faz mais parte da diretoria colorada. Barcellos, em contato com o presidente do CD, Sérgio Juchem, disse que apresentará todas as explicações solicitadas pelo Conselho Fiscal, embora lamente a disputa política que divide o clube. Mateus Marques, por sua vez, retirou a ação de cobrança de honorários.
Fabrício Falkowski