Em entrevista ao jornal argentino La Nación, D'Alessandro não poupou elogios ao amigo e agora treinador do Inter, Eduardo Coudet. A dupla se conhece de longa data, e chegou a atuar junto no River Plate, no início da carreira do meia Colorado em Nuñez. Anos depois, voltarão a trabalhar juntos no Beira-Rio.
Para o periódico argentino, D'Alessandro afirmou que o novo técnico "fará bem ao Inter porque tem uma filosofia diferente". Destacou, ainda, que os comandantes estrangeiros passaram a ser mais respeitados no Brasil, especialmente após os trabalhos de Jorge Jesus, no Flamengo, e Jorge Sampaoli, no Santos, por conta dos trabalhos "espetaculares" feitos pela dupla em seus clubes ao longo de 2019.
D'Alessandro classificou Coudet como um técnico de "personalidade", que atua com intensidade, jogando à frente e atacando os adversários. E destacou que as características do treinador serão importantes diante da pressão a ser encarada em seguida pelo Inter, especialmente com a disputa da pré-Libertadores. "É um louco. Mas é um louco dos bons", elogiou.
"Marca" no futebol brasileiro, Gallardo e mágoa com Maradona
Na entrevista, D'Alessandro também falou sobre outros assuntos. Entre eles, uma possível "marca" deixada na história do futebol brasileiro. Fez questão de citar outros conterrâneos importantes, como Sorín, Darío Conca e até mesmo Guiñazu, com quem jogou junto no Inter. "O jogador argentino tem coisas que o brasileiro não tem. Não pensava ficar tanto tempo, mas o carinho que me deram e me dão em Porto Alegre é muito forte",
O argentino também elogiou outro técnico de destaque no país nos últimos anos: Marcelo Gallardo, comandante do histórico River Plate do final desta década, campeão da Libertadores em 2015 e 2018. "O ponto mais forte é o mental. Sempre quer mais. Muitas vezes, quando ganhamos, nos acomodamos. Mas o River tem um técnico, jogadores e dirigentes que não são assim", frisou.
D'Alessandro também revelou uma espécie de mágoa com Maradona. O motivo? A não-convocação (ou sequer a ausência de testes) para ir à Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Na ocasião, a seleção era comandada pelo ídolo do futebol argentino. "Esse me doeu muito mais [que o Mundial de 2006, na Alemanha]. Ganhamos tudo no Inter: Libertadores, Sul-Americana, me escolheram o melhor jogador da América. E ele nunca me testou. Eu merecia estar", lamentou
Correio do Povo