Há pelo menos uma década, o Inter tem 100 mil sócios ou mais. Mas veio a pandemia, que fechou os estádios, tirou renda das famílias e, sem poder frequentar o Beira-Rio em dias de jogos, muitos deixaram de pagar as suas mensalidades. Segundo números divulgados ontem no Portal de Transparência, o Inter finalizou o mês de junho com 96,2 mil sócios, dos quais apenas 75,1 mil estão em dia. É o menor quadro social dos últimos anos, que rebaixa a arrecadação do clube. Porém, não altera os planos dos dirigentes colorados, que seguem apostando na reversão do quadro em breve.
Segundo o vice-presidente de marketing, Jorge Avancini, deve ser lançada nas próximas semanas uma campanha de recuperação dos associados inadimplentes e a busca por novos. “Não podemos e não vamos abandonar quem nunca nos abandonou, mas o clube precisa ser procurado por algum associado que esteja com dificuldades para pagar as mensalidades. Vamos atender todos”, disse Avancini. Segundo ele, os inadimplentes, inclusive aqueles com a carteira vermelha (que dá acesso livre aos jogos) podem renegociar dívidas se ficaram por até 11 meses sem pagamentos.
O dirigente lembra que a meta ainda é ter 200 mil associados até o final de 2023 – durante a campanha, o presidente Alessandro Barcellos disse que o prazo era dezembro de 2022. Para isso, o Inter está revisando as suas atuais categorias associativas e promete lançar novos planos no começo do próximo ano. A ênfase será a entrega de conteúdos digitais e experiências. “A ideia é entregar para todos os associados, mesmo aqueles que estão em casa, a emoção do estádio”, enfatiza Avancini.
Segundo ele, o Inter, apesar da pandemia e do fechamento do Beira-Rio, é o clube do Brasil que menos encolheu o quadro social: “Isso demonstra a força da nossa torcida”. No segundo semestre de 2019, pouco antes de disputar a final da Copa do Brasil no Beira-Rio contra o Athletico Paranaense, o Inter chegou a ter 126 mil associados. Foi um recorde.
Fabrício Falkowski