Após quase oito horas de reuniões, em duas tardes, os dirigentes do Inter chegaram a uma dura conclusão sobre o futuro financeiro do clube no curto prazo. Caso a paralisação do futebol perdure por 90 dias, ou seja, até junho, o prejuízo será de cerca de R$ 100 milhões. Tal prognóstico, que antes parecia distante e irreal, torna-se cada vez provável. Outros cenários analisados levaram em consideração paradas de 30 – tempo que já se esgotou – e 60 dias.
“Estamos preparando o clube para resistir. Não vai ser fácil, mas essa pandemia impõe desafios para toda a sociedade. Não é só o Inter nem só o futebol que estão enfrentando dificuldades”, disse o presidente Marcelo Medeiros ao CP ontem à noite.
A reunião que analisou todo o cenário financeiro do clube após o advento do novo coronavírus começou na quarta-feira e terminou ontem. Além de Medeiros, também participaram os vice-presidentes eleitos, João Patrício Hermann e Alexandre Chaves Barcellos, e o vice de futebol, Alessandro Barcellos, entre outros.
“Não sou otimista. Sou realista. É uma situação difícil, mas o Inter, junto com a sua torcida, vai superar esse momento”, afirmou o presidente colorado, contando que determinou uma redução de despesas na ordem de 30% para todos os setores do clube, inclusive para o departamento de futebol, para tentar contrapor a queda nas receitas.
O presidente colorado lembra que o orçamento do Inter para este ano era de R$ 390 milhões. Agora, uma nova proposta de orçamento deve ser enviada nas próximas semanas para análise do Conselho Deliberativo, com valores bem mais acanhados.
“Não sabemos quando o futebol vai ser retomado, quando vai ser a janela de transferências nem até quando vamos jogar a temporada de 2020. Mas o Inter não abre mão de jogar todas as competições, mesmo que isso imponha a realização de partidas até janeiro, fevereiro ou março de 2021”, garantiu Medeiros.
Fabricio Falkowski