Por meio de sua assessoria de imprensa, Fernanda confirmou que estava preocupada com as condições de conservação oferecidas pela vitrine do Memorial. Disse também que a ideia inicial era colocar, após uma exposição breve dos objetos originais, réplicas, que jamais foram feitas pelo Inter.
Além disso, a camiseta e o par de chuteiras, utilizadas por Fernandão na partida contra o Barcelona, em Yokohama, pertencem ao acervo da família e, mais precisamente, a Enzo, filho mais velho de Fernandão que também é jogador e treina no time sub-16 do próprio Inter.
O clube confirma os temores de Fernanda. De acordo com a museóloga e coordenadora do Museu do Inter, Daniela Amaral, o memorial realmente não possui a infraestrura mais adequada para a conservação deste tipo de objetos. “Não é o local ideal. Não tem a climatização e a iluminação corretas, além de outros fatores. Ali, o acervo poderia ficar danificado com o tempo”, afirmou Daniela Amaral.
Segundo ela, o Inter recuperou o estado original das duas peças antes de entregá-las à viúva. O projeto de ocupar as duas vitrines com as réplicas ainda não foi abandonado. Uma tentativa de reproduzi-las, inclusive, já foi feita, mas o resultado ficou abaixo do esperado. Em breve, o Inter deve fazer nova tentativa, com outros fornecedores.
Além das vitrines agora vazias, o memorial de Fernandão reproduz as mensagens deixadas espontaneamente pelas pessoas em uma construção provisória que havia diante do Beira-Rio no período da reforma. Fernandão faleceu em junho de 2014 em um acidente de helicóptero em Aruanã (GO) e, além do memorial, ganhou uma estátua diante do estádio colorado.
Fabrício Falkowski