Para quem acompanhou a carreira de Sócrates no Corinthians, uma das características do ex-jogador era irreverência dentro de campo. Um dos gestos mais marcantes era o toque de calcanhar, utilizado não como desdém ao adversário, mas como uma ferramenta de um atleta de grande qualidade. Na opinião do amigo Paulo Roberto Falcão, o ídolo corintiano utilizou esse artifício neste domingo,
quando faleceu aos 57 anos. "O Magrão (apelido de Sócrates) não poderia ter dado esse calcanhar na gente. É um dia muito triste para todos nós, principalmente para aqueles que tiveram a felicidade de conviver com o Sócrates", disse em entrevista à Rádio Guaíba.
"Eu tive a oportunidade de estar com o Sócrates antes de uma das crises dele. Conversamos sobre projetos e até ele me pediu uma ajuda porque iria conceder entrevistas no Rio Grande do Sul. Era uma pessoa diferenciada", afirmou Falcão.
Durante a década de 80, Sócrates, que já havia liderado a democracia corintiana no clube paulista, foi às ruas para pedir o fim da ditadura e eleições diretas para presidente. "Ele tinha essa preocupação com o social. Foi uma figura marcante por isso. O Sócrates é tão diferenciado que resolveu nos deixar na data em que o Corinthians tem a chance de conquistar o Brasileirão."
Correio do Povo e Rádio Guaíba