Caban disse que os atletas paralímpicos usaram apenas 20 dos 31 prédios da Vila, ocupando até o 12º andar de cada um. Todos os 3,604 mil apartamentos da área estão sendo arrumados. O diretor observou, entretanto, que o mercado está parado. Daí as obras seguirem em ritmo lento. “A nossa pauta de pressa está no mercado. O mercado está parado; está oferecendo 30% a 40% de abatimento e não vende nada. Não adianta a gente correr muito, porque vai só gastar dinheiro”, afirmou Caban.
Negociação com a Marinha
A Carvalho Hosken está conversando com várias instituições, como a Marinha do Brasil, para ver a possibilidade de venda dos imóveis para servidores. Não há nada concreto por enquanto, ressaltou Caban, que adiantou que a venda poderá ser financiada pela Caixa Econômica Federal (CEF). O assunto está sendo tocado pela diretoria comercial da construtora.
O diretor do Centro de Comunicação Social da Marinha, contra-almirante Flávio Augusto Rocha, confirmou que a Caixa de Construção de Casas para o Pessoal da Marinha tem mantido tratativas com algumas construtoras, “inclusive com a Carvalho Hosken , no que tange aos imóveis (da Vila dos Atletas), com o objetivo de facilitar a aquisição da casa própria pelos integrantes da Força”.
Já a assessoria do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, desmentiu notícia de que o Executivo municipal estaria negociando para que os servidores da prefeitura comprassem parte dos imóveis da Vila. “Não existe nenhum projeto nesse sentido”, garantiu a assessoria.
A construção da Vila dos Atletas foi financiada pela Caixa Econômica. O empréstimo alcançou R$ 2,4 bilhões. O diretor da Carvalho Hosken informou que, no contrato de construção, há compromisso da Caixa de financiar a venda para o proprietário definitivo. Procurada pela Agência Brasil, a CEF informou que o financiamento para a construção é considerado “operação de mercado e as informações são protegidas por sigilo bancário”. O banco esclareceu que os imóveis estão em fase de realização de obras de 'retrofit', visando a “transformação do modo olímpico para o modo de entrega aos adquirentes”.
Como era dona do terreno onde foi construída a Vila dos Atletas, a Carvalho Hosken “entrou como permutante”. Dos 3.604 mil apartamentos, 720 pertencem à Carvalho Hosken e o restante à Sociedade Construtora Ilha Pura, sendo metade dos imóveis da Odebrecht e metade da Carvalho Hosken. “Os 720 apartamentos estão quitados, não devem nada à Caixa. É como se tivessem pago o terreno”, destacou Henrique Caban.
O terreno onde foi construída a Vila dos Atletas está avaliado em cerca de R$ 150 milhões e representa um terço do total do novo bairro, conhecido como Ilha Pura. O valor dos apartamentos, de dois, três e quatro quartos, está avaliado em torno de R$ 8 mil o metro quadrado. Os imóveis têm áreas que variam de 70 a 170 metros quadrados.
Agência Brasil