homem", em uma entrevista ao jornal Le Monde. "De todos os modos, entendi que no direito suíço um contrato oral tem o mesmo valor que um escrito", disse Platini.
O francês dá a entender na entrevista que Blatter vazou a informação, que rendeu a ambos uma suspensão de 90 dias pelo comitê de ética da Fifa. "Apesar dele querer me matar politicamente, tenho algo de afeto pelo que vivemos juntos", disse.
O tipo de contrato entre os dois, que provocou o famoso pagamento de 1,8 milhão de euros a Platini em 2011 por um trabalho de assessor que acabou em 2002, é algo fundamental para o futuro do dirigente francês. A ausência de contrato escrito pode provocar a retirada do apoio das federações europeias à candidatura de Platini à presidência da Fifa, o que a Federação Inglesa já fez na sexta-feira passada.
O acordo com Blatter foi concretizado em 1998, pouco depois da eleição de Blatter ao comando da Fifa, afirmou Platini ao Le Monde. Platini recorda o diálogo entre ambos quando o suíço propôs que o francês atuasse como seu conselheiro.
"Quanto deseja?, perguntou Blatter. Eu respondo: 'Um milhão. 'De que?'. 'Do que desejar. De rublos, libras, dólares'. Na época não existia o euro. Ele responde: De acordo, um milhão de francos suíços por ano'", conta Platini. O pagamento em 2011, nove anos depois do fim do trabalho, é o saldo da soma total, segundo Platini.
"Teria sido melhor pedir um reconhecimento da dívida e deste modo não teria acontecido nada do que ocorreu", afirmou Platini ao Le Monde. Na semana passada, Blatter já havia dado a entender, em referência ao 'acordo de cavalheiros', que o pagamento não estava baseado em nenhum acordo escrito. A justiça suíça iniciou um processo penal contra Blatter pelo pagamento a Platini e por um contrato sobre direitos de TV com o jamaicano Jack Warner.
AFP