person Entrar

Capa

Notíciasarrow_rightarrow_drop_down

Esportesarrow_rightarrow_drop_down

Arte & Agendaarrow_rightarrow_drop_down

Blogsarrow_rightarrow_drop_down

Jornal com Tecnologia

Viva Bemarrow_rightarrow_drop_down

Verão

Especial

Racismo interrompe partida de futebol americano na Serra

Súmula do duelo entre Juventude e Restinga, no domingo, registra ofensas a atletas da equipe da Capital

Súmula do duelo entre Juventude e Restinga, no domingo, registra ofensas a atletas da equipe da Capital | Foto: Mariana Capra / AGFA / Divulgação CP
Ao que tudo indica, a questão do racismo no esporte está longe de ser resolvida no Rio Grande do Sul. O estado lidera o número de casos verificados no futebol nos últimos dois anos, de acordo com um relatório publicado ano passado pelo Observatório da Discriminação Racial no Futebol. Agora, o problema também é verificado em outras modalidades. No domingo, a partida vencida pelo Juventude F.A., de Caxias do Sul, por 34 a 9 sobre o Restinga Redskulls, de Porto Alegre, e válida pelo Campeonato Gaúcho de Futebol Americano, foi interrompida duas vezes pela arbitragem em função de ofensas racistas a atletas do time da Capital. O caso foi relatado em súmula pelo árbitro Ricardo Ribas, mas não foram identificados os envolvidos.

De acordo com o documento da arbitragem, “as palavras relatadas foram, entre outras, as seguintes: ‘Dá banana para o macaco que resolve’ e ‘banana é para isso mesmo’”. O presidente do Restinga Redskulls, Vinícius Franla, alega que as ofensas se repetiram ao final da partida. “Quando estávamos saindo do campo falaram: ‘Agora vão comer banana”’.

A direção do Juventude se defende afirmando que as acusações são generalizadas e que não foi encontrada até o momento nenhuma prova concreta. O clube vai disponibilizar à Federação Gaúcha de Futebol Americano (FGFA) a filmagem com a íntegra da partida, na esperança de que fique evidenciado ou que não houve ofensa alguma ou que seja possível identificar os autores. “É uma acusação muito grave, todos nós repudiamos atos de racismo. Temos inclusives diversos jogadores da raça negra”, argumentou o presidente, Eduardo Ferreira.

Como não há nada previsto no regulamento, a FGFA ainda avalia o caso, mas o presidente Jeferson Mendes adianta que uma eventual punição deve ser baseada no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).

Clube fala em ofensas entre atletas

Além dos gritos racistas nas arquibancadas, o Restinga Redskulls alega que também houve casos de ofensas raciais dentro de campo. “O jogador número 11 deles ofendeu dois jogadores nossos. Comunicamos isso ao árbitro e avisamos que por isso não íamos cumprimentar os jogadores deles”, revelou o presidente do Restinga, Vinícius França.

A súmula não traz menção a possíveis ofensas entre atletas. Por isso, o Juventude mostra indignação com a acusação. “Não podemos ter a nossa imagem manchada dessa forma. Isso é um absurdo, uma calúnia. Se nada for provado neste sentido, vamos processar quem está divulgando isso”, avisou Eduardo Ferreira.

Ainda que a súmula não traga nenhuma referência a ofensas entre os atletas, pelo menos um dos jogadores do Restinga, Andrey Paz, registrou boletim de ocorrência, no qual afirma ter sido ofendido. O documento aponta que “a ofensa à vítima consistiu na utilização de elementos discriminatórios referentes à raça e origem.”

Carlos Corrêa