Os números chegam até a causar dúvida. É Preciso reler mais de uma vez para mandar a escanteio a incerteza. Mas é fato: de terno e gravata ou de abrigo e boné, a alternância dos cargos mais importantes da CBF chama a atenção. E o recorte temporal nem é dos maiores.
Em 23 anos, Ricardo Teixeira, de 1989 a 2012, estabeleceu uma era poderosa, dentro e fora de campo, culminando com o seu banimento do futebol. De lá para cá, seus sucessores duraram bem menos no cargo. Em comum, os escândalos nos gabinetes da CBF. São cinco presidentes desde então. E, agora, com Dorival Júnior, chega-se a oito treinadores em pouco mais de uma década.
Ricardo Teixeira foi sucedido por José Maria Marín. No caso Fifagate, ele foi condenado na justiça americana por organização criminosa, fraude bancária e lavagem de dinheiro. Aqui, virou folclore por roubar uma medalha na premiação da Copa São Paulo. Depois, em 2015, assumiu Marco Polo Del Nero. Acusado de recebimento de propina em contratos relacionados a competições sul-americanas, não pode deixar o país. Deu lugar ao Coronel Mendes. O primeiro militar no comando da entidade não contribuiu com grandes coisas até a chegada de Rogério Caboclo em 2019, que foi afastado do cargo acusado de assédio sexual por uma funcionária da CBF.
Em 2021, então, Ednaldo Rodrigues assumiu depois de uma discussão jurídica nos bastidores. Ele chegou a ser deposto do cargo, mas retornou. Em segredo de justiça, porém, corre contra o atual presidente um processo de assédio sexual e moral contra uma ex-diretora da CBF.
Foi nesse cenário que, desde 2012, Mano Menezes, Felipão, Dunga, Tite, Ramon Menezes e Fernando Diniz tiveram de comandar a Seleção Brasileira. E agora a tarefa passa a ser de Dorival Júnior. Na largada do trabalho do novo técnico um desafio enorme: amistosos contra Inglaterra e Espanha na casa dos adversários.
O início da Era Dorival é neste sábado. Resta saber quem estará acima dele quando ela encerrar.