A Prefeitura de Santa Vitória do Palmar entrou com uma ação civil pública em agosto deste ano buscando a apreensão de cachorros, em sua maioria shitzu, que supostamente viveriam em situação de maus-tratos em uma casa, no balneário do Hermenegildo. “Recebemos denúncia de vários moradores do entorno pelo cheiro e barulho de latidos. Duas mulheres uruguaias, mãe e filha, que moram no local, nos disseram que se mudariam para uma chácara, o que descobrimos que não era verdade, por isto, decidimos pela ação”, explica o Procurador-Geral do Município, André Selayaran Nicoletti.
A liminar foi concedida na última semana e dava a Prefeitura dez dias para realizar a apreensão. “Tínhamos que esperar a Polícia Ambiental, que é de Rio Grande poder nos acompanhar e eles conseguiram nesta quinta-feira (ontem)", comenta.
Nicoletti conta que, quando chegava a fiscalização, as duas mulheres dividiam os animais nas três casas que possuem na praia, mas, ontem, estavam todos no mesmo local. “No início achamos que eram 45 e chegamos à surpresa de ser 107 animais. Pelo relatório, a sensação de quem esteve no local era que os cachorros eram os donos da casa e as mulheres se acomodavam onde era possível”, observa.
A ação civil pública buscou que os animais fossem encaminhados para adoção responsável e a ré fosse condenada ao ressarcimento das despesas realizadas pelo município com alimentação, hospedagem e banho. Representantes do Departamento de Controle Urbanístico e Ambiental e um Oficial de Justiça acompanharam a operação.
Os cachorros foram encaminhados a um local terceirizado e serão assistidos por veterinários. Pela decisão, os cachorros devem ser encaminhados para adoção, o que só deve ocorrer depois da castração de todos os bichos. Segundo Nicoletti a procura é muito grande, por isto, a Prefeitura deverá realizar um edital de inscrição e a doação será realizada por sorteio.
“Ficamos triste, quando vemos muita procura simplesmente por serem animais de raça, pois em Santa Vitória há vários cães que também precisam de amor e uma família, mas acabam rejeitados por não terem raça definida”, lamenta.
Angélica Silveira