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Amamentação pode reduzir efeito de gene ligado à obesidade, aponta estudo da UFPel

Pesquisa acompanha 3,4 mil pessoas desde o nascimento, no ano de 1982

A pesquisa aponta que a amamentação é um bom investimento para a criança | Foto: Guilherme Testa / CP Memória
Estudo realizado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológica da Universidades Federal de Pelotas (UFPel) constatou que a amamentação na infância pode reduzir o efeito de um dos principais genes associados à ocorrência de sobrepeso e obesidade. A pesquisa acompanha 3,4 mil pessoas desde o nascimento, no ano de 1982. Os recém-nascidos foram examinados, suas mães entrevistadas e as crianças são acompanhadas em diferentes idades.

Na última etapa, realizada em 2012 e publicada neste mês em uma revista cientifica, os pesquisadores associaram a duração do aleitamento materno na infância e a composição corporal dos adultos, em grupos com diferente predisposição genética para o sobrepeso e a obesidade com base na presença de variantes do gene FTO. Já com 30 anos, os participantes coletaram índices das massas corporal, muscular e gorda, circunferência da cintura e espessuras de gordura abdominal visceral e subcutânea. Amostras de sangue permitiram a análise do DNA e identificação da presença de variantes do gene.

Entre as pessoas que receberam pouco ou nenhum leite materno na infância, os portadores das variantes obesogênicas apresentaram maiores taxas de obesidade e valores aumentados para os indicadores de composição corporal. Entre os que foram amamentados por mais tempo, o efeito da predisposição genética teve redução. “O estudo que publicamos agora mostrou que os indivíduos amamentados apresentam menor espessura da camada de gordura visceral, que está ligada ao maior risco de doenças cardiovasculares”, diz o autor principal da pesquisa, Bernardo Lessa Horta. Ele enfatiza que a amamentação é um bom investimento para a criança no curto e longo prazos. Entretanto, ele lembra que a obesidade é algo multifatorial. “Há questões genéticas que incluem o gene FTO e também existem fatores ambientais.”

A nutricionista Rochele da Silva Hartwib dos Santos, 35 anos, participou da pesquisa. Ela conta que, quando nasceu, a mãe foi abordada no hospital e teve acompanhamentos, mas depois se perdeu dos pesquisadores. “Com 19 anos, me encontraram novamente e participo sempre. Eu fui amamentada até o quinto mês e senti os pontos positivos da decisão da minha mãe”. Mãe de dois meninos de 4 anos e 7 meses, ela conta que os dois tiveram amamentação exclusiva até o sexto mês. Um novo contato entre os nascidos em 1982 ainda não tem previsão. Normalmente ocorre a cada seis anos. 

Angélica Silveira