Com foco no tratamento adequado dos resíduos gerados nos sistemas de abastecimento de água (SAA) e de esgotamento sanitário (SES), a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) desenvolve um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). A primeira fase do projeto revela a existência de mais de 80 tipologias de resíduos gerados em 659 unidades da empresa. Com a etapa inicial concluída, o desafio agora é validar o modelo de PGRS junto aos órgãos estaduais.
A diretora de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Corsan, Liliani Cafruni, explica que a ideia é desenvolver um projeto que envolva todos os sistemas, ao invés de trabalhar com licenças segmentadas para cada unidade. Diante desse cenário, a empresa firmou parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS), que promoveu os treinamentos dos funcionários. “Não queríamos mais trabalhar de maneira segmentada, mas num projeto macro de toda companhia”, afirma.
Mesmo com a privatização da Corsan, Liliani afirma que o projeto deixa um legado importante. “Qualquer empresa de saneamento tem obrigação legal de fazer um plano de gerenciamento de resíduos. Identificamos mais de 80 tipologias, algo que a companhia nunca tinha identificado. Temos hoje diagnóstico de mais de 600 unidades. Isso é um legado para a nova empresa”, avalia. Ela destaca que a companhia conta com 10 superintendências, o que explica as diferentes tipologias de resíduos das regiões.
A partir do diagnóstico é possível obter informações detalhadas dos resíduos gerados em cada endereço, o que permite definir estratégias para o gerenciamento dos resíduos, como separação, uso de coletores, armazenamento e destinação. “É uma mudança de paradigma para a companhia, porque nossos funcionários já identificam e trabalham com resíduos. Antes do Senai ir lá, conversar e ter esse contato, não tinham esse entendimento de que tinham que separar o resíduo na origem”, destaca.
Consultor de Relações Institucionais e Acesso ao Mercado do Senai e coordenador Institucional e Líder do Projeto Corsan, Marcino Fernandes Rodrigues Júnior afirma que as próximas etapas envolvem a elaboração do PGRS a partir de diretrizes específicas, como a definição de métodos de quantificação dos resíduos gerados e a definição de modelos de planilhas de controle e registros necessários a gestão e controle eficaz dos resíduos. “O diagnóstico representa 70% do PGRS”, afirma. Rodrigues Júnior destaca ainda a possibilidade do surgimento de novos negócios decorrentes da geração de resíduos.
Felipe Samuel