Com cerca de 3,5 metros de comprimento, chamou a atenção o pescoço longo da espécie. Outro ponto destacado acerca da descoberta é que Macrocollum itaquii é mais antigo do que os outros dinossauros de pescoço longo já descritos, uma vez que as rochas de onde os esqueletos foram escavados têm cerca de 225 milhões de anos. Isso faz com que o novo dinossauro brasileiro passe a ser o mais antigo pescoço longo já descoberto. O momento é importante para a história evolutiva dos dinossauros, porque antecede o período em que os animais se tornaram dominantes no planeta.
A dentição do dinossauro indica que ele se alimentava de plantas. Deste modo, o pescoço longo pode ter permitido que os animais alcançassem a vegetação mais alta, habilidade responsável pelo sucesso do grupo dos sauropodomorfos – do qual o Macrocollum itaquii faz parte – durante a Era Mesozoica. Ao utilizar como base fósseis de outros animais desse grupo, mas de diferentes idades, os pesquisadores concluíram que num intervalo de 8 milhões de anos, a dieta herbívora foi aprimorada, os sauropodomorfos cresceram significativamente e o pescoço tornou-se duas vezes mais longo.
Outra novidade revelada pelos esqueletos é que esses animais possivelmente andavam em grupos, comportamento chamado de gregarismo. Essa também é a mais antiga evidencia desse tipo de hábito em sauropodomorfos. O nome escolhido, “Macrocollum”, significa pescoço longo e “itaquii” faz homenagem a José Jerundino Machado Itaqui, um dos principais responsáveis pela criação do Centro de Apoio a Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa), em São João do Polêsine, onde os fósseis do dinossauro estão depositados. Os esqueletos foram coletados no início de 2013 e passaram por um trabalho de preparação para extraí-los da rocha em que seus restos foram preservados.
Correio do Povo