Mais de 95% dos resíduos orgânicos e rejeitos produzidos em Porto Alegre são levados para o aterro sanitário Central de Resíduos do Recreio da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), em Minas do Leão. Na unidade localizada na BR-290, distante 80 quilômetros de Porto Alegre, são realizados tratamento de efluentes, captação e queima de biogás e aproveitamento energético. Para conhecer o processo de tratamento de resíduos sólidos urbanos, funcionários do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) participaram nesta quarta-feira de uma visita técnica orientada.
Em um passeio que durou mais de três horas e faz parte das ações da autarquia da Semana do Meio Ambiente, 45 servidores do DMLU conheceram princípios da engenharia e normas operacionais específicas que permitem o confinamento seguro em termos de controle de poluição ambiental, proteção ao meio ambiente e saúde pública. Durante a visita, o grupo conheceu uma área reservada para o aterro sanitário e uma estação de tratamento para efluentes líquidos – composta por filtros biológicos, lagoa aerada e lagoas facultativas –, além de dois banhados construídos com área de 20 mil m2.
Diretor de Gestão e Educação Ambiental do DMLU, Marco Salinas afirma a importância de trazer o corpo técnico até o local. “Visa qualificar e ter uma uma planificação das funções que o DMLU executa desde sua captação do resíduo domiciliar na casa de todos os contribuintes até a sua destinação final, que é aqui no aterro sanitário”, observa. Conforme Salinas, o objetivo é mostrar a quantidade de lixo produzido e conscientizar a população sobre a necessidade de fazer o descarte correto. “Cerca de 50% do lixo descartado em Porto Alegre têm potencial de reciclagem e poderia ser aproveitados”, afirma.
Salinas ressalta que a Capital tem 17 unidades de triagem que empregam mais de 600 famílias, gerando emprego e renda. “Esse material poderia potencializar ainda muito mais para que a gente reunisse mais pessoas e transformasse isso em geração de emprego e renda dentro de Porto Alegre, baixando o custo de aterro sanitário, o que acaba influenciando na vida de todo contribuinte de Porto Alegre”, avalia. O engenheiro Geraldo Reichert, da diretoria de Destino Final do DMLU, afirma que a visita permite que os funcionários conheçam o trabalho realizado no maior aterro sanitário do Rio Grande do Sul.
“A gente trouxe eles aqui para conhecerem um pouco esse trabalho, que é referência na área de disposição final de aterro sanitário”, destaca. Ver essa montanha de resíduos impressiona. E também como a sociedade e cada um de nós gera esses resíduos. O grande aprendizado aqui é excelência do trabalho, porque realmente é uma aterro sanitário que costumo dizer de letras maiúsculas, bem feito, bem executado, com a preocupação com a segurança ambiental, com o tratamento do resíduo e dos líquidos que saem dos efluentes”, completa.
O DMLU envia em média, diariamente, 1.540 toneladas de material ao aterro sanitário de Minas do Leão, entre resíduos orgânicos e rejeito coletados. O CRVR recebe um total de 4 mil toneladas por dia de resíduos sólidos urbanos, incluindo o coletado em Porto Alegre e outros cem municípios gaúchos.
Felipe Samuel