Apesar da chuva intensa que voltou a cair sobre Porto Alegre na manhã desta terça-feira, o nível do Guaíba se mantém estável no Cais Mauá. A medição mais recente aponta 2,71m no Centro Histórico, ligeira elevação de 2 centímetros em relação à madrugada. Nas últimas 24 horas, a medição tem variado entre 2,69m e 2,74m.
As águas seguem acima da cota de alerta na região (2,50m). A cheia motivou o fechamento de seis comportas no muro da avenida Mauá. Segundo o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), mais de 100 servidores participaram da operação nos portões 1, 2, 3, 11, 12 e 14. Outros seis portões já estavam fechados e dois permanecem sob monitoramento.
Os agentes da Defesa Civil de Porto Alegre estão de prontidão para atendimentos emergenciais. O órgão atua, ainda, nas áreas de risco geológico, orientando a população a buscar abrigo. O trabalho, que começou na segunda-feira, mobiliza também as equipes do Departamento Municipal de Habitação (Demhab).
Mais comportas serão fechadas se nível atingir 2,80m
O diretor-geral do Dmae de Porto Alegre, Mauricio Loss, avaliou nesta terça-feira como “muito positiva” a operação de fechamento das seis comportas. Segundo ele, a decisão de cerrar os portões de forma temporária foi “acertada”.
“É uma medida de segurança tomada no momento certo. Entendemos um pouco o transtorno causado, principalmente no trânsito, porém preferimos fazer tudo da forma mais segura”, avaliou ele. As duas únicas comportas ainda não fechadas são as de número 4, a principal de acesso ao Cais Mauá, à Companhia Especial de Busca e Salvamento (CEBS) do Corpo de Bombeiros Militar do RS (CBMRS) e à administração do porto, na avenida Sepúlveda, e 6, menor, de saída de pedestres do catamarã.
O Dmae considera que ambas são mais fáceis de serem cerradas, e não requerem uma operação grandiosa, com equipamentos pesados, como a de ontem, que levou sete horas para ser concluída. Conforme o órgão, elas serão também fechadas caso o nível do Guaíba alcance 2,80m, o que, na avaliação de Loss, poderá ocorrer entre hoje e amanhã.
“Não podemos prever exatamente a que patamares o nível irá chegar, porque o Guaíba é muito dinâmico”, diz o diretor-geral. “Acreditamos que a Defesa Civil em atuado incessantemente junto às famílias para que elas sejam encaminhadas aos abrigos e não corram riscos nas suas casas”, avalia ele.
*Com informações do repórter Felipe Faleiro
Correio do Povo*