Discussões sobre a ética no tratamento de dados de usuários e o futuro da inteligência artificial no Brasil foram os principais temas discutidos no painel “ChatGPT and the Future of Artificial Intelligence in Brazil” desta quarta-feira durante o South Summit Brazil, no Cais Mauá, em Porto Alegre. Para especialistas, as empresas precisam cada vez mais estimular o debate sobre o tratamento adequado de dados do usuário.
O objetivo é evitar conflitos éticos a partir do uso de ferramentas como o ChatGPT (sigla em inglês), que significa transformador pré-treinado gerador de conversas. O ChatGPT é um protótipo de um programa com inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI e especializado em diálogo. É um modelo de linguagem ajustado com técnicas de aprendizado supervisionado e por reforço.
Para Marcellus Amadeus, co-fundador da Alana AI, a inteligência artificial já está presente há muito tempo. “É tão pervasiva que a gente nem percebe. Pelo próprio Windows ou Macintosh, tem um modelo que roda por trás que tenta adivinhar qual o programa você vai abrir depois. E ele otimiza a memória do seu computador. E aqueles programas abrem mais rápidos e outros mais devagar. A IA já está presente em praticamente todas as coisas que tocam a vida das pessoas”, afirma.
Head de Inovação do Banrisul, Fabricio Gomes destaca o ritmo da transformações no setor desde o ano passado. Tivemos uma avalanche de ferramentas de inteligência artificial que passaram a ser utilizadas. E o ápice disso foi ChatGPT, porque é o de mais fácil acesso e as pessoas conseguem interagir”, avalia. Engenheiro Eletrônico especializado em Open Source, Jomar Silva, da NVIDIA, afirma que a inteligência artificial torna as pessoas mais produtivas.
“O ChatGPT tornou a inteligência artificial acessível a qualquer pessoa, mas ele é um protótipo da ponta do iceberg do que está vindo. Então não é uma tecnologia que para entrar e confiar 100% na resposta dele. Muitas vezes ele 'alucina' no que ele vai te responder, mas ele e todas as tecnologias de IA generativa estão nesse espaço”, observa. “O Brasil hoje tem condições de disputar o mercado global de inteligência artificial com qualquer outro país do mundo”, completa.
Felipe Samuel