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Verão

Especial

Minizoo de Canoas funciona como centro de reabilitação

Local ocupa uma área verde de 1,5 hectare dentro do Parque Getúlio Vargas

Ao menos 8 mil animais já passaram pelo local | Foto: Fernanda Bassôa / Especial / CP
O Minizoo de Canoas, que ocupa uma área verde de 1,5 hectare dentro do Parque Getúlio Vargas, no bairro Marechal Rondon, é um espaço não só de exposição de animais. O local funciona como centro de reabilitação de espécies silvestres e exóticas, algumas ameaçadas de extinção. Segundo o veterinário e coordenador do local, Elisandro Oliveira dos Santos, para lá são encaminhados bichos que viviam e sobreviviam de forma ilegal em cativeiros ou que foram apreendidos em áreas urbanas, vítimas de maus-tratos, atropelamentos, feridos em ataques, quedas, atingidos pela rede elétrica, etc.

“Os animais são diagnosticados, tratados, recuperados e, alguns, reconduzidos ao seu habitat natural. Aqueles que não se adaptam à convivência com grupos da mesma família, que já não reconhecem sua moradia natural por já estarem acostumados a conviver com o ser humano, viram residentes do zoo.” Em quase 13 anos de atividade, ao menos 8 mil animais passaram pelo local. “Anualmente, recebemos, em média, 700 animais. Esse número tem aumentado com o passar dos anos. A maioria deles, cerca de 70%, são aves. Grande parte, filhotes”, explica Santos.

O local, mantido pela Prefeitura de Canoas, atualmente conta com 110 animais residentes, entre macacos, garças, tamanduás, corujas e gaviões, que vivem em recinto visíveis para visitação. Destes, 60% são mamíferos, 30%, aves, e 10%, répteis. O curioso é que a maioria dos animais tem nome e atende pelo mesmo. “Hoje, temos 75 bichos em tratamento no cativeiro temporário, que fica em área restrita, espaço cujo acesso é proibido a visitantes” Além da supressão da vegetação e do aumento populacional, os períodos mais quentes do ano também contribuem para aumentar a quantidade de animais no Minizoo de Canoas. “Entre a primavera e o verão, os animais tendem a se dispersar em virtude da fase de reprodução. Então, saem das tocas e ninhos, ficando mais vulneráveis.”

Não apenas animais encontrados em Canoas chegam ao minizoológico, mas de toda a Região Metropolitana e até do Interior. Os que não são entregues, são resgatados por nossas equipes. “Já recebemos animais de Santa Rosa, Passo Fundo e Bagé. Realizamos a busca destes animais onde quer que estejam, pois há todo um procedimento desde abordagem, transporte, triagem e primeiros cuidados.”

Para Maria Alice Veiga da Rosa, 25 anos, moradora de Nova Santa Rita e estudante do curso de Biologia, o local é surpreendente. “Trata-se de um espaço rico em conhecimento e pesquisa. É possível explorar muita coisa por aqui. Dá para passar horas contemplando a fauna e a flora” O professor Eliseu Gomes Silva da Silva, 41 anos, de Gravataí, acompanhava a filha de 9 anos que não conseguia esconder o encantamento pelos animais. “Local limpo e organizado, onde pode-se trabalhar várias formas de educação ambiental.”

Entre residentes mais antigos estão a lontra macho, de 13 anos, que carinhosamente atende por Gordo, e dois macacos-prego, com idades estimadas entre 25 e 30 anos, o Chico e o Nicolau. Tem também temos o avestruz de 13 anos, que vive sozinho desde 2012, quando ficou viúvo.

O espaço, que funciona desde 2005, conta ainda com uma equipe especializada de dez tratadores e outros quatro técnicos. Para a composição duas refeições diárias são necessários, mensalmente, 500 quilos de hortifrúti (frutas, verduras e hortaliças), 350 quilos de carnes e 100 quilos de ração. “A ração é o que consomem em menor quantidade, pois como não vão encontrá-la no hábitat natural, ao final do tratamento a substituímos por nutrientes que encontrarão quando forem libertos”, explica o coordenador. Os locais onde os animais serão devolvidos são mapeados previamente. “Procuramos sempre devolvê-los ao mesmo ambiente de onde foram retirados, para não causar nenhum tipo de dano.”

O zoo, que chega a receber 10 mil pessoas aos fins de semana e 500 crianças por mês, funciona de terça a domingo. A entrada é franca e as escolas podem fazer agendamento para visitas guiadas. Agendamento e solicitações de resgate de animais devem ser feitos pelo (51) 993697503 ou zoologicocanoas@hotmail.com.

Fernanda Bassôa