person Entrar

Capa

Notíciasarrow_rightarrow_drop_down

Esportesarrow_rightarrow_drop_down

Arte & Agendaarrow_rightarrow_drop_down

Blogsarrow_rightarrow_drop_down

Jornal com Tecnologia

Viva Bemarrow_rightarrow_drop_down

Verão

Especial

Moradora da Ilha Grande dos Marinheiros convive com lodo e mau cheiro após cheia de novembro

Eletrodomésticos e móveis estragaram no local pela força das águas

Sirlei conta que "nunca havia visto" tal situação em mais de 50 anos vivendo na área | Foto: Guilherme Almeida

Depois de um leve aumento na noite de quarta-feira para 1,68 metro no nível do Guaíba, a régua de medição do Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, voltou a marcar índices menores, alcançando 1,58 metro na manhã desta quinta-feira. Na Ilha Grande dos Marinheiros, ainda há diversos lugares com bastante lodo, como no final da avenida Nossa Senhora Aparecida, a principal da localidade. Em determinados trechos, transitar de carro é um desafio e corre-se o risco de atolar.

Ali, mora Sirlei Carvalho, que, tinha, até pouco tempo antes das enchentes, uma lancheria no local. Agora, há apenas destruição. O cheiro é insuportável e praticamente tudo foi arrasado pela água. Ela passou cinco dias na casa de uma filha, até retornar para a residência, e quando chegou, tudo estava coberto de barro. O sofá, estragado, estava coberto de roupas, algumas das quais são levadas à filha para serem lavadas. Ela conta não ter recebido doações, e apenas alguma ajuda da Defesa Civil Municipal e moradores próximos.

“Moro aqui desde os oito anos, e agora tenho 61. Nunca havia visto uma situação deste tipo”, comentou ela, que vive sozinha, mas os filhos a acompanham com alguma frequência. Sirlei afirmou ainda ter sido diagnosticada com três costelas quebradas. Por isso, não consegue fazer força para a limpeza, mas precisou superar as dores e limpar o que conseguiu. Apenas duas bocas do fogão estão funcionando. A geladeira está estragada, e é usada como armário. A cama pode desabar a qualquer hora.

Um dos poucos eletrodomésticos que funcionam plenamente é um aparelho de televisão, adquirido depois da segunda enchente, na metade de novembro. Após a primeira cheia, em setembro, a TV que ela tinha na casa também estragou. Ela acredita que os animais estejam doentes, e teme por sua própria saúde, já que faz uso de medicamentos controlados. “Como a gente vai viver aqui? No meio desta situação é bastante difícil”, lamentou Sirlei.

Felipe Faleiro