Moradores e comerciantes da zona Norte de Porto Alegre aproveitaram a manhã de tempo firme para fazer a limpeza dos rastros deixados pela forte chuva que atingiu a Capital no dia de ontem.
Daniel Richard, morador há mais de 40 anos na divisa entre os bairros São João e Santa Maria Goretti, expressa preocupação com os alagamentos recorrentes na região. Ele destaca a importância das casas de bombas para o escoamento rápido da água, porém, observa falhas frequentes em sua ativação.“A chuva foi forte por 15 a 20 minutos, mas a água ficou aqui na frente até umas 20horas”.
Segundo Richard, a falta de esclarecimento sobre o funcionamento dessas casas de bombas gera incertezas entre os moradores. “No final das contas, sempre quando tem que ligar as bombas, por algum motivo não é ligado”, declara.
Ele conta que no grupo de conversa onde os moradores relatam as situações ocorridas no bairro, diferentes motivos sobre o não funcionamento da casa de bomba são relatados, entre eles: falta de manutenção, acúmulo de lixo, problemas técnicos e falta de luz.
O morador ainda aponta que mesmo com medidas de prevenção e limpeza das galerias, a eficácia não é alcançada quando as bombas não são ativadas. Ele acredita que falta investimento nos locais, além de um gerador para evitar o não funcionamento por falta de energia.
“Agora o que eu vi que foi postado no grupo do bairro é de que havia entrado muito lixo na casa de bombas e por isso não ligaram as máquinas. E outro morador, agora há pouco, comentou que na realidade parece que choveu em cima dos equipamentos e não quiseram ligar para evitar um curto circuito”, conta.
Paula Maia/Especial/CPAlexandre Maximo é o gerente de uma fabricante de pneus no bairro São João e relata a rotina de limpeza necessária após cada episódio de chuva, independente do volume. “No dia seguinte sempre tem que fazer essa limpeza. Falamos que é o dia de rescaldo”.
O Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) esclareceu que durante o temporal, duas casas de bombas ficaram sem energia elétrica, resultando no acionamento do sistema de desarme interno. As estações de bombeamento de Água Pluvial (Ebap) 4 na Sertório e da Trincheira da Ceará foram as afetadas pela falta de energia, impactando o processo de escoamento.
Paula Maia