A Prefeitura de Porto Alegre realizou um ato de assinatura de contrato nesta segunda-feira, às 14h, na escadaria em frente ao Paço Municipal, na Praça Montevidéo. O contrato se trata de uma Parceria Público Privada (PPP) com duas empresas, tendo como finalidade promover a coleta de resíduos e embalagens de vidro provenientes de bares e restaurantes da Capital.
O anúncio foi feito pela Secretária de Parcerias, Ana Pellini, e pelo prefeito Sebastião Melo, com a presença de representantes da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Secretaria Serviços Urbanos, Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade e do Conselho Regional de Administração, bem como representantes das empresas envolvidas na PPP.
Segundo a prefeitura, a empresa Vidrofix Comércio de Sucatas LTDA, transportadora de resíduos de vidro, foi a que melhor atendeu ao chamamento público para coleta específica, transporte e recolhimento dos resíduos de vidro e destino final para reciclagem, conforme edital publicado em 28 de fevereiro.
A iniciativa foi lançada pela administração municipal a partir de diálogos com a Associação Brasileira de Vidros e empresas do setor, que manifestaram interesse na coleta de vidro na cidade. Pellini classificou o projeto como o “início da racionalização do nosso tratamento dos resíduos sólidos". Ela ressaltou ainda que as 30 caçambas se destinam exclusivamente para a coleta de vidros.
Por razões de preocupação com a segurança, neste primeiro momento serão atendidos pontos de maior demanda, como região de bares no 4º Distrito e nos bairros Cidade Baixa, Rio Branco e Bom Fim. Também serão contemplados os parques da cidade, como a Orla do Guaíba, Redenção, Marinha do Brasil e outros. O serviço não terá custo para o município.
O conteúdo dos 30 contêineres será destinado e beneficiará a fábrica de vidros Verallia. O CEO da fabricante multinacional francesa Verallia, Quintin Testa, esteve presente no evento e destacou que a ação faz parte do projeto “Vidro vira Vidro”, iniciativa interna da empresa junto a municípios das regiões onde a fábrica está presente.
Segundo Testa, a Verallia tem o objetivo de colocar 1.500 caçambas em todo o Brasil. Hoje existem 700 caçambas em todo o país, sendo 80 no Rio Grande do Sul. A empresa já possui parceria com as prefeituras de Pelotas e Campo Bom, por exemplo, onde realiza a coleta do vidro para reciclagem.
Terceiro maior produtor mundial de embalagens de vidro para bebidas e produtos alimentícios, a estrutura de produção da Verallia no Brasil inclui três fábricas no sudoeste do país (Jacutinga – MG; Porto Ferreira – SP e Campo Bom – RS).
Prefeitura de Porto Alegre assina contrato com empresa especializada na coleta de vidro.Mauro Schaefer
Prefeitura de Porto Alegre assina contrato com empresa especializada na coleta de vidro.Mauro Schaefer
Projeto levanta discussões sobre a situação da coleta seletiva em Porto Alegre
Durante o ato de assinatura da PPP para coleta de vidros, uma catadora de lixo protestou em defesa de maiores investimentos da prefeitura aos catadores e à coleta seletiva. Ela subiu a escadaria, se colocando junto ao prefeito Melo.
Em resposta às reclamações, Melo afirmou que vem conversando com os catadores e prometeu que chamará representantes da classe ainda nesta semana. Ele destacou ainda o auxílio emergencial de R$ 670,00 que está sendo destinado aos catadores desde janeiro, com o objetivo de amenizar os desafios enfrentados pelos trabalhadores da reciclagem, incluindo o baixo valor de venda dos materiais recicláveis, que tem impactado significativamente a renda desses profissionais. O apoio será de seis parcelas, podendo ser prorrogado por mais seis meses.
“Se eu tivesse que elencar três demandas da cidade que eu destacaria hoje, eu colocaria a limpeza urbana entre elas. Mobilidade, segurança pública e limpeza urbana”, frisou Melo.
A secretária de Parcerias ressaltou que a PPP não diz respeito à coleta seletiva normal e alegou que as questões levantadas pelos catadores estão sendo mediadas pela Prefeitura junto ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Na ocasião, o vereador Cláudio Janta comentou que não tem conhecimento do que está em andamento no TRT e destacou a importância das usinas de recicladores. “Acho que nós da câmara temos que nos envolver nisso, porque vai ser mais uma coisa que vai ficar guardada no tribunal e não terá o encaminhamento necessário”, concluiu.
Vitória Miranda