A proximidade do inverno e as baixas temperaturas enfrentadas pela população são algumas das motivações que levaram a advogada Milene Milano, de Uruguaiana, a utilizar caixinhas de leite e suco para revestir moradias que se encontrem em condições precárias. O projeto "Brasil sem Frestas", em implantação na cidade, teve início com o recolhimento e seleção de embalagens cartonadas. No segundo momento, o material foi recortado em placas, costurado e afixado em paredes e teto com avarias que alteram as condições de vida das famílias.
As frestas vedadas pelo material por meio do processo permitem conservar o ambiente 8ºC acima no inverno e 8ºC abaixo no verão. “Em tempos de coronavírus, o clima no interior das casas é fundamental para a manutenção do isolamento social, por proporcionar bem-estar e segurança”, avalia Milene. Também protege contra chuvas, ventos e poeira provocados pelo meio em que estão construídas.
Conforme Milene, está em andamento no município a coleta de mais embalagens. A organização iniciou o revestimento da primeira residência “sem frestas” neste mês, utilizando as 500 chapas já confeccionadas. A Capelania Militar, no espaço da antiga Santa Casa, cedeu uma sala para que o projeto possa ter uma sede, que servirá de ponto de união entre futuras voluntárias e confecção das placas.
“A ideia é de que as famílias beneficiadas contribuam e participem do trabalho de confecção e instalação, servindo como difusoras do projeto”, conclui Milene. Contato para doação, que será recolhida no domicílio, e capacitação no telefone (55) 99694-4669. Em Alegrete o projeto está em andamento e já revestiu uma série de moradias.
Fred Marcovici